Greve na Bahia: Sindipetro denuncia cárcere privado e truculência da Petrobrás

A FUP denunciará todas essas ações antissindicais na audiência que será realizada segunda-feira, 21, com a Procuradoria Geral do Trabalho…





Imprensa da FUP

Em greve desde quarta-feira, 16, os petroleiros das unidades do Sistema Petrobrás na Bahia seguem resistindo à truculência, ao assédio e às ações antissindicais da empresa. A adesão continua forte em todas as áreas operacionais e administrativas, incluindo os trabalhadores terceirizados, com participação de cerca de 90% dos petroleiros do turno e 80% do regime administrativo. Nesta sexta-feira, 18, a Petrobrás se utilizou de interditos proibitórios para tentar impedir a greve no Conjunto Pituba, onde funciona a sede administrativa da empresa em Salvador, na Universidade Petrobrás e no Coorporativo Financeiro (Cofip).

Confronto com a Polícia

Na Refinaria Landulpho Alves (Rlam) e no Terminal Madre de Deus, a Petrobrás e a Transpetro estão mantendo os trabalhadores confinados há mais de 48 horas, utilizando helicopteros para enviar equipes de contingências a essas unidades. Na Rlam, o confinamento completou nesta sexta-feira, 64 horas! No vale tudo para não interromper a produção, os gestores cometem todos os tipos de excessos, desde atropelar as normas de segurança até assédios, ameaças de punição e demissões de terceirizados. A Petrobrás se utilizou inclusive de força policial para tentar impedir a ação dos grevistas na Rlam e no Conjunto Pituba, causando confrontos desnecessários com a Polícia Militar, que teve diversas viaturas desviadas da segurança pública para a vigilância patrimonial. Essa é a Petrobrás que não aparece nos comerciais de TV.

Cárcere privado

Os dirigentes do Sindipetro-BA e da FUP estão recebendo inúmeros telefonemas de trabalhadores que estão confinados na refinaria e no terminal, denunciando estafa, problemas de saúde, ameaças e todas as formas de assédio para que permaneçam dentro da unidade. O Sindipetro denunciou à Secretaria Regional do Trabalho a prática de cárcere privado na Rlam e no Temadre, bem como os riscos de acidentes de trabalho e ambiental em função do cansaço, da sobrecarga de atividades a que são expostos os petroleiros que estão sendo mantidos na refinaria e no terminal.

Veja aqui o vídeo com a denúncia dos dirigentes do Sindipetro-BA.

Denúncia da FUP ao MPT

A FUP denunciará todas essas ações antissindicais na audiência que será realizada segunda-feira, 21, com a Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília. A Petrobrás e suas subsidiárias, mais uma vez, descumprem escancaradamente a Lei de Greve, expõe os trabalhadores a riscos e comete todos os tipos de excessos e abusos gerenciais, deixando novamente evidente o autoritarismo, a truculência e o total despreparo dos gestores quando são confrontados.

Assembléia neste sábado define continuidade da greve

O Sindipetro-BA realiza neste sábado, 19, assembléia em frente ao Conjunto Pituba, às 9 horas, para que os trabalhadores se posicionem sobre a continuidade da greve. Seguindo o indicativo da FUP, os petroleiros baianos rejeitaram nas assembléias do dia 16 a segunda contraproposta apresentada pela Petrobrás e decidiram entrar em greve imediatamente para pressionar a Petrobrás a avançar no atendimento das reivindicações da categoria, principalmente no que diz respeito à saúde e segurança. Aderiram ao movimento, os trabalhadores da Rlam, Fafen, Transpetro, das áreas de produção terrestre, Usina de Biodiesel e das unidades administrativas. O Conselho Deliberativo da FUP reúne-se na terça-feira, 22, para definir os próximos passos da campanha dos petroleiros.

Leia mais sobre a greve na Bahia:

18.11.2011  Sindipetro-BA pede investigação na Rlam 

17.11.2011  Petroleiros da Bahia intensificam greve 

17.11.2011  Petrobrás proíbe saída de trabalhadores mantidos pela Rlam 

16.11.2011  Petroleiros baianos decidem entrar em greve por tempo indeterminado com parada de produção a partir desta quarta (16)