Petroleiros preparam reação contra a entrega de áreas na Bacia de Campo

A categoria petroleira vai reagir de forma intensa em todo o País ao anúncio feito na noite de ontem, pela Petrobrás, de oferta de “oportunidades de desinvestimentos” – nome burocrático para privatização e entrega do patrimônio do povo brasileiro – nas áreas de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo em águas rasas, inclusive na Bacia de Campos. Nesta segunda-feira, a diretoria do Sindipetro-NF vai se reunir em caráter extraordinário para discutir encaminhamentos de resistência e luta contra mais este ataque da gestão Pedro Parente e de Mishell Temer.

Somente na Bacia de Campos, a Petrobrás colocou à venda as concessões dos polos de Pargo (Carapeba, Vermelho e Pargo), Enchova (Bicudo, Bonito, Marimbá, Piraúna, Enchova e Enchova Oeste) e de Pampo (Badejo, Linguado, Trilha e Pampo). Mas também há concessões nos estados do Ceará, Sergipe e São Paulo. Na própria propaganda da empresa para entregar os seus ativos, a companhia anuncia que estas áreas produziram, no primeiro semestre deste ano, 73 mil barris de óleo equivalente por dia.

Para o Sindipetro-NF, este é o mais ousado ataque da empresa contra áreas de produção de petróleo em águas rasas, desde a era privatizante de FHC nos anos 90. O sindicato avalia que a categoria petroleira precisará reagir de modo muito vigoroso, para que a sociedade brasileira tenha a dimensão do crime antipatriótico empreendido pelos entreguistas que tomaram de assalto o País por meio de um golpe parlamentar e midiático.

O ataque, que vinha acontecendo nos campos terrestres, em refinarias e subsidiárias, chega agora às áreas de maior produção, visibilidade e interesse das multinacionais do setor petróleo. Uma ofensiva somente possível em razão da conjuntura de impunidade conferida à Direita brasileira pela Operação Lava Jato e pela cumplicidade do poder judiciário e da grande imprensa. É um crime de traição ao povo, à vista de todos, que está sendo vendido com ares de otimização do setor – exatamente o mesmo discurso neoliberal dos anos 90.

Há mais de dois anos que o Sindipetro-NF, a FUP e demais sindicatos petroleiros e movimentos sociais estão denunciando que a Petrobrás é o elemento central na articulação do ataque golpista ao País. O desmonte da companhia, da indústria nacional, das políticas sociais e de todo um cenário que vinha tirando brasileiros da pobreza, garantindo maior protagonismo internacional ao Brasil e fortalecendo a sua economia, é fruto de uma mesma política entreguista que produziu uma janela de oportunidade para ser implementada.

A reação precisa ser enérgica e duríssima, na avaliação da entidade, para que a sinalização de indignação, denúncia e mobilização social seja imediata. Será preciso impedir este ataque, se concretizado, e criar o ambiente político que venha a poder revertê-lo. Todos os trabalhadores e trabalhadoras devem ficar atentos aos informes do sindicato e estar preparados para a luta.

Fonte: Sindipetro-NF