Petroleiros fazem paralisação de advertência contra política de preços da Petrobrás

Petroleiros do Unificado iniciaram a semana com paralisações de advertência na Refinaria de Paulínia (Replan) e Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá. Os atos, de apoio ao movimento dos caminhoneiros e contra a política da Petrobrás de reajuste diário dos preços dos combustíveis, tiveram adesão em massa dos trabalhadores do turno e do setor administrativo.

Nas duas refinarias, da base do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), houve o corte de rendição do turno da manhã. Os trabalhadores que iniciaram o expediente na noite de domingo, permanecem dentro das unidades até a próxima troca de turno, que acontece logo mais, às 15h na Recap e às 15h30 na Replan. Os trabalhadores do administrativo também participaram ativamente dos protestos.

Na Refinaria de Paulínia, a manifestação teve adesão de cerca de 90% do pessoal do turno e administrativo. Em Mauá, 100% dos trabalhadores apoiaram a paralisação, que contou ainda com a participação dos terceirizados.

A manifestação nas duas refinarias tem como eixo principal de reivindicações a mudança da política de preços da Petrobrás, imposta por Pedro Parente em julho do ano passado, que permite reajustes diários nos valores do diesel, da gasolina e do gás de cozinha. A pauta inclui ainda a manutenção dos empregos, a retomada da produção interna de combustíveis, o fim do desmonte e da privatização do Sistema Petrobrás.
“O governo brasileiro adota uma política colonialista, privilegiando o produto importado e favorecendo o mercado estrangeiro. Só no ano passado, o Brasil importou R$ 7 bilhões de óleo diesel somente dos Estados Unidos. Estamos importando cerca de 30% da nossa demanda”, afirmou o diretor do Sindicato Arthur Bob Ragusa.

Para os petroleiros, Pedro Parente pratica uma política de sabotagem da própria Petrobrás, já que o Brasil detém toda cadeia de petróleo (extração, refino e distribuição), com condições de atender o mercado interno, sem a necessidade de aumentar as importações de derivados, como tem feito Parente, desde que implantou a nova política de preços. “A tática é manter nossas refinarias com carga reduzida e aumentar as importações de derivados. Quando faz isso, Parente promove o sucateamento do Sistema Petrobrás, que faz parte dos planos de privatização”, destacou o diretor Alexandre Castilho.

Esquenta para greve nacional

As mobilizações realizadas hoje na Replan e Recap também serviram de aquecimento para a greve nacional da categoria, que começa à meia-noite de quarta-feira (30). A Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou uma paralisação de 72 horas, em todo o país, contra os preços abusivos dos combustíveis e do gás de cozinha e a privatização da Petrobrás e pela saída imediata do presidente da estatal Pedro Parente.

“Os petroleiros se somam à luta dos caminhoneiros, porque, juntos, os trabalhadores têm condições de mudar o rumo desse país e colocar o Brasil de novo nos eixos”, declarou o coordenador do Unificado, Juliano Deptula.

[Via Sindipetro Unificado de São Paulo]