Petrobrás faz gerentes distribuírem advertências aos trabalhadores da FAFEN PR e não diz porque não quer pagar PLR

“Os tempos sombrios vividos no país têm estimulado alguns funcionários da Petrobrás, que hoje estão gestores, a sair do armário do autoritarismo. Contra esses funcionários da Petrobrás, que se aproveitam de uma função temporária para punir ou desdenhar dos lutadores da FAFEN Araucária, nossa resposta será a resistência e a unidade dos trabalhadores e dizer para eles que nós não descansaremos e nem daremos sossego para os entreguistas enquanto eles continuarem a destruir a Petrobrás e suas Subsidiárias.” Este é o recado de José Maria Rangel, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros aos gestores da Fafen PR.

Depois da Petrobrás anunciar que não pagaria Participação nos Resultados aos empregados da Araucária Nitrogenados (FAFEN-PR) e da FUP reafirmar a unidade entre os trabalhadores do Sistema Petrobrás não assinando o Acordo Coletivo da PLR, diretores do Sindiquímica PR juntamente com trabalhadores da base FAFEN começaram movimento para cobrar explicações à empresa. 

Após reunião no último dia 23, cerca de 80 trabalhadores da FAFEN resolveram pedir uma posição sobre a PLR e processo de venda ou fechamento da fábrica ao gerente geral da unidade, caminharam até ao prédio administrativo e chamaram o gerente geral para vir conversar com os trabalhadores. Diante da recusa deste a maioria decidiu não trabalhar na parada de turno e por isso, deixar de fazer hora extra para a empresa.

No dia seguinte, na porta da fábrica, quase 200 trabalhadores de turno, manutenção e administrativo, decidiram aderir ao movimento e também se recusaram a trabalhar durante a parada de turno. Como retaliação à decisão dos trabalhadores, a empresa, sob a orientação dos advogados e gerentes da empresa, Alessandro Serrano e Maria Marta Dal Cere Garcia distribuíram advertências para os trabalhadores do administrativo enquanto que um gerente de operação, André Lemos humilhava e desrespeitava os trabalhadores.

O cenário seguinte foi, vários funcionários esperando juntos numa sala, sabendo que estavam ali para ser advertidos pelo gerente de RH no horário do almoço. Ainda assim e mesmo sem acreditar que pudesse surtir efeito, todos resolveram fazer reclamação na ouvidoria e muitos chegaram até a se queixar à assistente social.

Outro fator que agrava bastante esta situação é que o gerente geral, Alexandre Jardim proibiu que os diretores do Sindiquímica que trabalham na fábrica circulem dentro da unidade, estão limitados a ficar em seus postos de trabalho. Enquanto que os diretores do Sindiquímica que são liberados estão proibidos de entrar na FAFEN, seus crachás foram bloqueados.

Para o coordenador da secretaria de imprensa e divulgação do Sindiquímica PR, Sérgio Monteiro, os métodos que a empresa está usando são cada vez mais fascistas e caracterizam um regime de exceção, vão usar fatores como a baixa empregabilidade e o medo para tentar desmobilizar os trabalhadores.