Após seis meses do acidente no ES, Petrobrás não aprendeu absolutamente nada com a tragédia

Após quase seis meses do acidente fatal que matou nove trabalhadores da empresa BW no navio plataforma afretado pela Petrobrás, FPSO – Cidade São Mateus (ES), a empresa mostra que não tirou nenhuma lição da tragédia ocorrida em fevereiro. Pelo contrário, no relatório que investigou o acidente, a estatal insiste em afirmar que a BW é uma empresa que tem boas práticas de segurança. Logo uma multinacional que tem um histórico de descumprir normas regulamentadoras e demite cispistas que buscam exercer o seu papel, a exemplo de Vitor Marques, que foi afastado pela BW do seu local de trabalho, após tentar elucidar um vazamento na mesma sala de bombas que explodiu, deixando 9 trabalhadores mortos, 26 feridos fisicamente, 39 completamente traumatizados com o acidente e centenas de familiares e amigos saudosos dos cidadãos e trabalhadores que perderam a vida na tragédia.

As práticas antissindicais da BW não são recentes. Em agosto de 2013, a empresa demitiu o técnico de segurança, Fernando Silvério, que também era cipista e trabalhava na FPSO – Cidade São Vicente. O trabalhador foi demitido quando faltavam três meses para a conclusão do seu mandato na CIPA, no entanto, somente após o acidente do Cidade São Mateus, ele decidiu denunciar a empresa.

Para a FUP, ao enaltecer a política equivocada de segurança da BW, a Petrobrás além de prestar um desserviço à segurança dos trabalhadores, se torna cúmplice de uma empresa que negligencia a segurança de seus funcionários, descumpre normas regulamentadoras, subnotifica acidentes (CATs) e  joga o peso da culpa de acidentes fatais na memória de trabalhadores mortos.  

Fonte: FUP