Apesar das 16 mortes na Petrobrás esse ano, os gestores da empresa só pensam em atender o mercado

Mais dois trabalhadores mortos e quatro feridos. A despeito de todos os alertas e cobranças da FUP e de seus sindicatos, a política de insegurança no Sistema Petrobrás volta a fazer novas vítimas. Desta vez, foi na BR Distribuidora, nas instalações anexas ao Terminal Aquaviário de Vitória (ES), onde uma caldeira explodiu, no dia 26, matando dois trabalhadores terceirizados, que faziam reparos no equipamento.

Uma tragédia anunciada, como os outros acidentes ocorridos este ano, que já mataram 16 trabalhadores. Mas para a direção da Petrobrás, o que interessa é atender às demandas do mercado. Afinal, que valor tem para os acionistas a vida e a saúde dos trabalhadores? São apenas números descartáveis, sem rosto, sem família e sem impacto na rentabilidade da empresa. E assim, os gestores da Petrobrás vão relativizando a insegurança e perpetuando a máquina de moer trabalhadores, que já consumiu 360 vidas, nas últimas duas décadas.  

Só no Espírito Santo, foram 13 mortes em apenas seis meses. O mais violento ocorreu na FPSO Cidade de São Mateus, da BW Offshore, contratada pela Petrobrás, que matou nove trabalhadores, feriu outros 26 e deixou dezenas de traumatizados. Apesar de todas as evidências de negligência por parte da multinacional, a Petrobrás isentou a empresa de qualquer responsabilidade e ainda enalteceu suas práticas de (in)segurança.

É desta forma inconsequente que os gestores da Petrobrás conduzem a política de SMS, sem qualquer compromisso com a segurança operacional, que dirá com a vida humana. Em vez de prevenir riscos, a empresa promove quem descumpre NRs e subnotifica acidentes para bater as metas de produção que o mercado tanto cobra. Há décadas, a FUP vem lutando e atuando para reverter esse modelo. Mas para os gestores da Petrobrás está tudo bem, pois a máquina de moer trabalhadores não coloca em risco seus cargos, nem suas vidas.

Fonte: FUP