Ato nesta quinta, com presença de Lula, denunciará desmonte das indústrias naval e petrolífera

Com mais de 1,5 milhão de desempregados, queda em 3,8% da economia nacional e redução em 27% nos investimentos nos últimos dois anos, o modus operandi da operação Lava-Jato, comandada pelo juiz Sérgio Moro, representa um verdadeiro desastre para o país.

Ao mirar o CNPJ e não o CPF, a investigação promoveu a demissão de 335 mil trabalhadores no setor metalúrgico entre janeiro de 2015 e abril de 2016. Já a indústria naval passa por uma crise com a demissão de 21 mil trabalhadores, conforme apontam dirigentes de sindicatos da CUT.

Para denunciar esse cenário trágico para o país e cobrar a reversão do sucateamento de setores fundamentais ao desenvolvimento, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) promovem nesta quinta-feira (25), um ato em frente ao Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), que também contará com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e será transmitido ao vivo pelo facebook, através das fanpages da FUP e da CUT: 

A região de Niterói foi escolhida por ser o principal polo da indústria naval nacional e já ter empregado 14 mil trabalhadores. Atualmente, são apenas 1.200.

O coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, defende a apuração rigorosa de todos os casos de corrupção que envolvam a Petrobrás, mas alerta que os trabalhadores não podem ser prejudicados pela operação Lava-Jato.

“Esse ato é para sensibilizar a sociedade sobre os efeitos nefastos que a Lava-Jato tem causado na indústria nacional, como o desmonte da construção naval e a paralisação dos setores de óleo e gás, impactando toda a cadeia produtiva. Uma coisa é investigar, e para a investigação ser correta é preciso que não tenha preferência partidária, que se investigue corruptos de todas as siglas. Outra coisa é paralisar um setor que já respondeu por 13% do PIB”, declara o petroleiro, destacando que o ideal seria que as delações premiadas fossem substituídas por acordos de leniência, aquele em que o empresário fecha a colaboração com a investigação, é punido, mas a empresa pode continuar a operar.

“Não dá para aceitar que os caras que roubaram cumpram prisão domiciliar em suas mansões, como o Nestor Cerveró e o Sérgio Machado (ex-diretores da Petrobrás), por terem feito delação premiada, e o trabalhador pague o pato com a sua demissão”, critica o coordenador da FUP.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres, destaca que Lava-Jato impede, inclusive, a conclusão de obras prestes a serem finalizadas  e que seriam fundamentais para o destravamento da economia. “Queremos corrupto na cadeia, mas, do ponto de vista econômico, o que a Lava-Jato faz é um tiro no pé. Estávamos com a contratação definida para conclusão de obras como o porto de Suape e não pudemos renovar por determinação da operação. Por isso, precisamos alertar a sociedade e o trabalhador para que se mobilize e pressione quem não tem responsabilidade com o país”, apontou.

Veja a convocatória para o ato:

A crise política e econômica que paralisa o país desde o início da operação Lava-Jato já desempregou 1,5 milhão de brasileiros.  Enquanto isso, os criminosos corruptos usufruem dos benefícios das delações premiadas, descansando em suas mansões.

É preciso investigar e punir sem discriminação todos os empresários e políticos que praticam os crimes de corrupção que sangram há décadas o nosso país. Mas é inaceitável que essa conta seja imposta também a classe trabalhadora.

Os impactos da Lava-Jato fizeram encolher em 3,8% a economia nacional. As indústrias naval e petrolífera são as mais afetadas. Só o setor de óleo e gás teve uma redução de 27% nos investimentos nos últimos dois anos. Sem os investimentos da Petrobrás, que é a principal locomotiva da indústria nacional, a economia do país encolheu 3,8%.

O setor metalúrgico foi o que mais sofreu o impacto desse desmonte.  Entre janeiro de 2015 e abril de 2016, foram fechados mais de 335 mil postos de trabalho.

A indústria naval demitiu 21 mil trabalhadores e passa hoje pela maior crise desde a retomada do setor, em 2003, quando, por decisão do presidente Lula, a Petrobrás passou a encomendar seus navios e plataformas no Brasil.  

A região de Niterói e Itaboraí, principal polo da indústria naval, que chegou a ter 10 estaleiros, hoje só conta com a metade, em funcionamento precário. O resultado são 12,7 mil trabalhadores desempregados.

É preciso reagir à crise causada pela Lava-Jato e interromper o desmonte da indústria nacional.  Que os corruptos paguem pelos seus crimes, sem prejudicar a classe trabalhadora.

Todos juntos, no ato do dia 25, com Lula, em defesa da Petrobrás, da indústria naval e pela geração de empregos!

Federação Única do Petroleiros – FUP

Confederação Nacional dos Metalúrgicos – CNM

Central Única dos Trabalhadores – CUT