Ataque à ENFF viola direitos civis

 

 

A Federação Única dos Petroleiros e seus sindicatos filiados repudiam veementemente a ação criminosa e autoritária da Polícia Civil de São Paulo, que, sem qualquer autorização judicial, invadiu na manhã desta sexta-feira, 04/11, a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema.

Vídeos e fotos revelam que os policiais pularam a janela da recepção e entraram atirando para o alto, causando pânico entre alunos, funcionários e voluntários da instituição.

Dez viaturas da Polícia comandaram a invasão, sem mandado algum de busca e apreensão. Crianças, jovens e idosos estavam no local e foram alvejados pelos policiais. Há estilhaços de tiros em vários pontos da escola.

Esse acontecimento gravíssimo comprova que estamos de fato em um Estado de Exceção, instaurado após o golpe parlamentar que cassou arbitrariamente o mandato da presidente eleita, Dilma Rousseff. O ataque à democracia recrudesce a cada instante, mostrando a face autoritária do governo ilegítimo que se apossou do país.

Estudantes, trabalhadores organizados e movimentos sociais são alvo de perseguições, que visam não só criminalizar os que lutam por direitos, democracia e justiça social, como, principalmente, reprimir todo e qualquer pensamento de esquerda no Brasil. O MST, a UNE, a CUT, a CTB e partidos políticos que se contrapõem ao golpe têm sido vítimas do estado policialesco que avança em nosso país.

A ENFF é um dos principais espaços de formação política na América Latina, referência internacional em educação popular, por isso foi alvo da ação autoritária e violenta da Polícia de São Paulo. Em julho de 2015, os petroleiros tiveram a oportunidade de conhecer de perto a escola, ao realizarem no local a 5ª Plenária Nacional da FUP, uma experiência que foi extremamente enriquecedora.

O ataque à escola é, portanto, um ataque à educação, à cidadania, aos direitos civis, à liberdade política. Atacar a ENFF é atacar a esquerda brasileira.

Não nos calarão! Seguiremos em frente, resistindo ao golpe e defendendo os direitos do nosso povo. Toda solidariedade às companheiras e companheiros da Escola Nacional Florestan Fernandes!

 

Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2016,

FUP