Moralista sem moral: Parente tenta emplacar no IBP ex-diretor acusado de corrupção

Pedro Parente se auto-intitulou moralizador da Petrobrás, apesar de ter sido alçado ao cargo de presidente da empresa através de um golpe. Para tentar justificar a privatização e o desmonte que vem fazendo, alega que é o único caminho para recuperar a empresa da “roubalheira”. Parente, no entanto, não teve o menor constrangimento de tentar emplacar o ex-diretor da Petrobrás, Rogério Manso, para a presidência do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), entidade que reúne empresários do setor.

Manso fez parte durante muito tempo a gestão da Petrobrás, onde chegou a diretor de Abastecimento no governo FHC, justamente no período em que Pedro Parente integrava o Conselho de Administração da empresa. Hoje, ele é investigado pela Lava Jato, após seu ex-colega de gestão, Nestor Cerveró, o delatar por envolvimento nos esquemas de corrupção no período em que ocupava a Diretoria de Abastecimento.

Os negócios corruptos teriam ocorrido na área de compra e venda (trading) de combustíveis e derivados do petróleo, em data “possivelmente anterior a 2004” e que teria prosseguido até 2012. O ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, disse que Manso “era do PSDB, indicação de Pedro Malan [ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2003]” e que as negociações diárias na área de trading, “terreno fértil para ilicitudes”, podiam “render milhões de dólares ao final do mês em propina”, uma vez que os preços podem variar artificialmente, gerando uma “margem para propina”.

Pedro Parente, que assim como Rogério Manso, tem relações íntimas com o PSDB, não conseguiu emplacar o velho amigo na presidência do IBP. Sua indicação foi rejeitada em função das acusações a que o ex-diretor da Petrobrá responde. Já a carapuça de moralista sem moral cada vez lhe cai melhor.

Com informações do Globo e do Estado de São Paulo