Repar ‘solta’ funcionários que estavam trabalhando há 42h. Sindicato alerta para o risco iminente de acidente industrial

A direção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) decidiu liberar parte dos trabalhadores…

Sindipetro PR/SC

 

A direção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) decidiu liberar parte dos trabalhadores de turno do Grupo III. A saída ocorreu por volta das 09h30 desta terça-feira [24], após a empresa manter os petroleiros em regime de cárcere privado por 42 horas – a entrada do turno ocorreu às 15h30 de domingo [22].

 

Agora, com a greve nacional e unificada dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, o controle das operações da Repar fica a cargo de um grupo de contingência, formado por supervisores e gerentes. O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina [Sindipetro PR/SC] alerta para os perigos que essa transição de comando pode gerar, pois os funcionários que agora são responsáveis pelas operações não têm capacidade para realizá-las. Essa situação coloca em risco a vida desses petroleiros, as instalações da refinaria, o meio ambiente e a comunidade que vive nas proximidades.

 

Apela, ainda, para que a direção da Repar tome consciência dos perigos que essa medida irresponsável pode causar e retome imediatamente as negociações com o Sindicato. A proposta dos trabalhadores é para que haja uma vigilância técnica em regime de revezamento. O Sindipetro PR/SC se coloca à disposição para as negociações de troca de turno e garante que não haverá desabastecimento para a população. Em reunião realizada no final da manhã da segunda-feira [23], entre representantes do Sindipetro PR/SC e gerentes da refinaria, a empresa já havia negado essa reivindicação. Também recusou a entrada de dois dirigentes sindicais para acompanhar as condições dos trabalhadores que eram mantidos em cárcere privado.

 

O Sindicato denuncia que ainda existem trabalhadores que permanecem no local desde domingo. A empresa vem coagindo funcionários por telefone para burlar o movimento e retomarem suas atividades normalmente, o que se traduz em desrespeito ao direito legítimo de greve dos trabalhadores. A responsabilidade sobre a greve dos petroleiros é do Sindipetro PR/SC e da FUP. Nenhum trabalhador pode ser punido individualmente por ter atendido a um indicativo do Sindicato, que foi aprovado em assembleia. É a entidade quem responde pela coletividade. Portanto, não há motivos para temer as ameaças da empresa.

 

Com esse posicionamento arbitrário da direção da Repar, que também barrou a entrada de todos os funcionários nesta terça-feira e não dispôs dos ônibus para o transporte dos trabalhadores de turno, fica impossível negociar a solução para o impasse colocado. O Sindipetro PR/SC avisa que caso algum incidente ocorra, independente da proporção, tomará todas as medidas legais para responsabilizar a direção da Repar.

Problema se repete na SIX

O discurso da empresa de ‘segurança dos trabalhadores em primeiro lugar’ também caiu por terra na Usina do Xisto [SIX], em São Mateus do Sul-PR. Os turneiros foram mantidos em cárcere privado por 18 horas – das 15h30 de domingo [22] até às 21h30 de segunda [23].

 

De acordo com informações repassadas pelos dirigentes sindicais da SIX, a gerência geral expôs os trabalhadores a situações de risco, pois chegaram ao limite da exaustão, inclusive alguns tiveram que tomar soro e medicamentos para conter a pressão alta.

 

O Sindipetro PR/SC tentou negociar um revezamento de uma vigilância técnica, controlada pela entidade, mas a direção da SIX negou a reivindicação. No momento, a unidade está controlada por um grupo de contingência e coloca os trabalhadores, os equipamentos e a comunidade em condições de risco.

 
 

:: Grupos de contingência nos terminais Transpetro

 

Na tarde desta terça-feira, os representantes do Sindicato irão negociar com a direção do Terminal Transpetro de Paranaguá para que o grupo de contingência tenha turno de 12 horas, com a finalidade de manter operando apenas a parte essencial do terminal (abastecimento de navios). Lá os trabalhadores ficaram em cárcere privado por 28 horas – das 16h00 de domingo às 20h00 de segunda.

 

Os terminais Transpetro de Itajaí, Biguaçu e Guaramirim, todos em Santa Catarina, também são operados por grupos de contingência.