Petroleiros prometem repetir a greve de 1995

A história se repete. Em maio de 1995, os petroleiros realizaram a maior greve da categoria e impediram na luta a privatização da Petrobrás. Vinte anos depois, estamos a um passo de iniciar um movimento tão ou mais contundente do que aquele. Como em 1995, o que está novamente em risco é a soberania nacional e o patrimônio do povo brasileiro.

A Pauta que a FUP apresentou à Petrobrás e à presidente Dilma Rousseff resgata o papel da estatal como empresa integrada de energia e fomentadora do projeto de desenvolvimento nacional, o que garantiu nos últimos anos as conquistas sociais do país e também da categoria. O resultado das assembleias, que aprovaram massivamente a greve por tempo indeterminado em todas as bases da Federação, legitima ainda mais a Pauta pelo Brasil.

Como em 1995, os gestores da Petrobrás desprezam as reivindicações dos petroleiros, apostando na divisão e no conflito. Ao impor uma negociação fragmentada e apresentar uma proposta de redução de direitos, a empresa só reafirma a política de desmonte, cujos impactos estão por toda parte.

Venda de ativos e redução de investimentos paralisam projetos, desmobilizam unidades e áreas de negócios, causando demissões em massa. Cortes de custos precarizam as condições de trabalho e aumentam os riscos de acidentes. O pacote se completa com as tentativas de enfraquecimento da categoria, através de um processo de negociação fracionado, que tem claramente por objetivo o rebaixamento do Acordo Coletivo.

Novamente, como em 1995, os gerentes estão no centro dessa disputa. São os mesmos que conduziram no passado a política neoliberal de FHC e de Collor, dizimando direitos que os petroleiros só conseguiram recuperar após 2003 e que agora estão novamente sob ataque. Muitos dos gerentes que hoje posam de bem intencionados para as novas gerações são os mesmos que no passado tripudiaram sobre os trabalhadores. São esses gerentes que a Petrobrás preserva e mantém seus privilégios, enquanto sangra o andar de baixo.

Assim como em 1995, os petroleiros irão derrota-los novamente. A greve por tempo indeterminado está chegando. Não ousem duvidar da capacidade de luta e resistência da classe trabalhadora!

Fonte: FUP