Paralisações pelo País. No ABC, metalúrgicos param a via Anchieta

O Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330 vai causando impacto em diferentes cidades do País. Os metalúrgicos do ABC pararam a pista sentido Santos-capital da Via Anchieta, com a presença do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, do secretário-geral Sérgio Nobre e do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Mais de cinco mil trabalhadores da Ford e da Mercedes participaram da mobilização desta manhã. O pessoal da Ford que faz o turno da manhã decidiu, durante o ato, que não vai trabalhar hoje.

Já os militantes que atuam na Mercedes compareceram apesar de uma tentativa da empresa de barrar o protesto. A montadora de origem alemã suspendeu na manhã de hoje os ônibus fretados que costumam levar os trabalhadores de casa para a empresa, mas não conseguiu impedir a presença daqueles que são contra o PL 4330.

Em Porto Alegre, os ônibus pararam de circular. Em Brasília, capital do Distrito Federal, cobradores e motoristas também cruzaram os braços. Rodoviários também pararam em Recife. Em Maceió e São Luís, protestos interditam avenidas e a entrada de universidades.

Em São Bernardo, no ato promovido pelos metalúrgicos – encerrado por volta de 9h15 –, o presidente da CUT, Vagner Freitas, acusou a maioria dos deputados que aprovou o PL 4330 de uma truculência sem precedentes. “Nem mesmo na ditadura militar tiveram a ousadia de tentar rasgar a CLT como esses deputados fizeram. Eles, para atender aos interesses dos patrões, estão tentando tirar todos os nossos direitos conquistados”.

Para Vagner, essa luta é antiga. Lembrou como, por exemplo, em 2011, o Congresso tentou emplacar a chamada emenda 3, que tornaria todos os trabalhadores “PJ” (pessoas jurídicas). “Só mudaram a estratégia. Mas é claro que vamos resistir de novo. Não se enganem. Quando ouvirem falar de 4330, saibam que isso é sinônimo de facão. Vocês perderão o emprego”.

Sérgio Nobre, também metalúrgico, atacou a postura dos deputados, em especial do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ): “Lá os empresários têm liberdade para entrar e fazer lobby. Para nós, sobraram cassetetes e bombas de gás lacrimogênio”.

Rafael Marques, presidente do Sindicato, alertou que o risco de um PL como o 4330 passar é ainda maior do que a derrubada de direitos. “Toda a vez que uma medida arbitrária e retrógrada passa, outras vêm na sequência. Basta lembrar da redução da maioridade penal, que já passou por uma comissão da Câmara”. E aproveitou para criticar parte do movimento sindical que apoia o 4330. “Não consigo pensar em nenhuma razão decente para isso”, disse.

Ao longo do dia, a página da CUT dará informes das mobilizações.

 Fonte: CUT