A engenharia nacional na construção da Petrobrás

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Por Clovis Nascimento – engenheiro civil e presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge)

“O Petróleo é nosso”. Este foi o mote da campanha, realizada em 1954, em defesa da Petrobras e da soberania nacional. Os ataques à empresa nunca cessaram desde a sua criação. A Petrobras é um dos maiores patrimônios brasileiros e uma das melhores empresas petrolíferas do mundo. No entanto, as denúncias escandalosas da “Operação Lava-Jato” vêm tomando proporções que abrem uma avenida para os caminhos da privatização. É claro que exigimos rigor na apuração e na responsabilização dos corruptos e corruptores, mas estes fatos não podem servir como pretexto para a destruição da Petrobras.

Com empenho na formulação e descoberta de novas tecnologias em prol do desenvolvimento nacional, a engenharia brasileira contribui imensamente nas conquistas da Petrobras, como a descoberta do pré-sal. Os trabalhadores que, duramente, constroem a empresa não podem ser penalizados, e muito menos o povo brasileiro. A riqueza gerada pela Petrobras é disputada e revertida para o enfrentamento de questões sociais importantíssimas, como a saúde e a educação. 

Ardilosamente, os meios de comunicação cometem o “Petrocídio brasileiro” ao assassinar a memória técnica, o corpo de profissionais e todo o acúmulo tecnológico da Petrobras. O Brasil, ao contrário de muitos países, tem autossuficiência de petróleo e tem feito descobertas fundamentais para o país e o mundo, como o pré-sal e o pós-sal. Sabemos que a Petrobras é um recurso estratégico na geopolítica internacional e na soberania nacional do Brasil. 

Afirmamos que a apuração e a responsabilização dos fatos devem seguir o rigor da Lei, mas nunca sob a justificativa de transformar o caráter estatal da empresa em privado. Este é o objetivo dos setores mais conservadores de nossa sociedade: a abertura indiscriminada de nosso mercado aos produtos e serviços estrangeiros. Jamais aceitaremos uma relação de subserviência no setor tecnológico. A engenharia nacional tem demonstrado capacidade e técnica suficientes para resolver uma série de questões no nosso país, além da autossuficiência de petróleo, obras de infraestrutura, saneamento, telecomunicações e agronomia. 

Nós, engenheiros e engenheiras, exercemos um papel fundamental na construção desse país. Sonhamos com um Brasil soberano, forte e robusto. A tecnologia tem um papel imprescindível para a melhoria das condições de vida da população e para a diminuição das desigualdades. A defesa da Petrobras pelo povo brasileiro deve ser incondicional, bem como a defesa de uma política industrial nacional. 
A possível desnacionalização da engenharia brasileira e o desmonte da Petrobras são atentados à soberania do país. Mais do que nunca, precisamos levar a corações e mentes que “O Petróleo continua sendo nosso”.