Missa em homenagem ao José Eduardo Dutra será nesta quarta,14, no Rio de Janeiro

Nesta quarta-feira, 14, será realizada no centro do Rio de Janeiro, a missa em homenagem ao companheiro e ex presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, que faleceu no dia 04 de outubro em Belo Horizonte.

A morte precoce de José Eduardo Dutra, aos 58 anos, após uma árdua luta contra o câncer, foi sentida pela esquerda brasileira e pelos movimentos sindical e social do país. Para os petroleiros, sua perda reforça ainda mais a importância da luta contra o atual Plano de Negócio e Gestão da Petrobrás, que promove um verdadeiro desmonte das conquistas que os trabalhadores garantiram nos últimos anos.

A missa será a partir das 18h, na Igreja Santo Antonio dos Pobres, situada na Rua dos Inválidos, 42 – Centro- RJ. 

Uma vida de luta em defesa dos trabalhadores

Quando assumiu a presidência da empresa no primeiro governo Lula, José Eduardo Dutra estancou o processo de privatização que estava em curso na estatal e iniciou mudanças estruturantes na gestão da Petrobrás. Uma de suas primeiras medidas foi nacionalizar as encomendas de navios e plataformas, que passaram a ser construídos no Brasil, reativando a indústria naval do país.

Foi também na gestão de Dutra, que a Petrobrás voltou a valorizar a pesquisa e o setor de engenharia, que estavam completamente desmantelados, e iniciou investimentos estratégicos no E&P, tornando possível mais tarde a descoberta do pré-sal. Somam-se a isso as obras que ele impulsionou para modernização do parque de refino, há anos sucateado.

A recomposição dos efetivos próprios, reduzidos à metade nos anos 90, foi outra conquista importante que a FUP e seus sindicatos garantiram a partir da gestão de José Eduardo Dutra. Foi também durante a sua administração que trouxemos de volta os petroleiros demitidos na greve de maio de 1995 e corrigimos uma série de arbitrariedades cometidas por FHC. O fim das diferenciações de direitos entre trabalhadores novos e antigos foi uma das maiores vitórias da FUP e de seus sindicatos nesse período.

Outra conquista emblemática foi a indenização das viúvas e familiares dos 11 trabalhadores mortos na explosão que afundou a P-36. Esse acidente, ocorrido em março de 2001, transformou-se em símbolo da falência do modelo ultraliberal de gestão da Petrobrás, cujo objetivo era a sua privatização. Três meses antes, os tucanos chegaram a tentar mudar nome da companhia para Petrobrax.

A história, lamentavelmente, se repete nos dias de hoje, quando a empresa está novamente nas mãos de gestores atrelados ao mercado. A maior homenagem que os petroleiros podem fazer a José Eduardo Dutra, portanto, é defender o legado de conquistas iniciado por ele. Só na luta teremos chances de interromper o processo de desmonte que mais uma vez ameaça a Petrobrás e os seus trabalhadores. A greve está a caminho. Dutra, presente!

Fonte: FUP