Petroleiros participam de protesto em Campinas contra feminicídio

Em apoio ao fim da violência contra as mulheres, petroleiros do Unificado participaram de um protesto, quinta-feira (05.01), que reuniu cerca de 1 mil pessoas no Centro de Campinas. O ato foi organizado por movimentos sociais, em repúdio à chacina ocorrida na cidade, na noite de réveillon, que matou 12 pessoas da mesma família, sendo nove mulheres.

Os manifestantes concentraram-se no Largo do Rosário e seguiram em passeata pelas ruas do Centro, segurando faixas e cartazes contra o machismo e o feminicídio. Muitas mulheres pintaram o rosto com tinta vermelha para simbolizar sangue. O protesto terminou em frente à prefeitura, onde foi realizado um minuto de silêncio em memória das vítimas.

Segundo as organizadoras, o objetivo do ato é sensibilizar e chamar a atenção da sociedade brasileira contra a misoginia, que tem vitimado milhares de mulheres no país e no mundo. Os manifestantes querem ainda que as investigações continuem e o caso seja tratado como feminicídio, e não como chacina.

“É muito importante que a população tome consciência sobre a violência que milhares de mulheres sofrem cotidianamente, pelo simples fato de serem do sexo feminino. É um absurdo que em pleno século 21 as mulheres ainda sofram esse tipo de machismo e sejam vítimas do feminicídio. Será que esse é o mundo que a gente quer deixar para nossos filhos e filhas?”, questiona o diretor do Sindicato Marcelo Garlipp.

Crime

Na noite de réveillon, o técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos, invadiu a casa onde a ex-mulher celebrava a passagem de ano com a família, em Campinas, e começou a atirar. Ela e mais onze pessoas morreram, incluindo o filho do casal, de 8 anos. Em seguida, ele se matou. 

O criminoso deixou algumas cartas e áudios para “explicar” sua atitude. Neles, chamou a ex-mulher de “vadia” por ter conseguido a guarda do filho em um processo que incluiu acusações de que ele teria abusado sexualmente da criança, condenou a Lei Maria da Penha – a qual chamou de “lei vadia da penha” -, e disse que queria “pegar o máximo de vadias da família juntas”.

A ex-mulher já havia registrado cinco boletins de ocorrência contra Sidnei, entre 2005 e 2015, por agressão e ameaça.

 

VIA Sindipetro Unificado SP