A reintegração de todos os companheiros demitidos sempre foi questão de honra para a FUP

E o ditador FHC mostrou ao Brasil para a quê veio

A greve de 32 dias dos petroleiros teve início em 03 de maio de 1995 e desmascarou a face autoritária e conservadora do recém empossado governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Durante a longa queda de braço que travou com a categoria, FHC deixou claro para a quê veio: destruir a liberdade sindical, atacando as organizações dos trabalhadores.
Apesar da legitimidade da greve – a direção da Petrobrás e o governo haviam desrespeitado três acordos coletivos assinados com os petroleiros em 94 -, FHC não titubeou ao enviar tropas de choque e tanques de guerra às refinarias. Usou o TST ao seu bel prazer, impondo multas milionárias aos sindicatos… Demitiu e puniu centenas de trabalhadores… E, mesmo condenado pela OIT por violação dos direitos de greve e de livre negociação, ainda vetou parte do projeto de lei que anistiaria em 1998 os sindicatos dos abusos cometidos pelo TST.
Apesar de toda a sua truculência e autoritarismo, FHC acabou derrotado pelos petroleiros, que revelaram ao Brasil e ao mundo a sua verdadeira face. FHC terminará o seu segundo mandato como uma das piores ditaduras que os trabalhadores já enfrentaram neste país.

 O retorno de Spis

Uma das principais lideranças da greve de 1995, Antônio Carlos Spis, coordenador da FUP na época, ficou sabendo pela imprensa que havia sido demitido, junto com outros 24 petroleiros. Era 11 de maio de 95, data das primeiras demissões da greve dos petroleiros. No dia seguinte, outras 34 foram anunciadas, totalizando 85 demissões ao final do movimento.
Desde então, a FUP e os sindicatos vêm lutando pela reintegração de todos estes companheiros. Muitas das demissões foram revertidas através de ações judiciais e somente na campanha reivindicatória de 2000, os dirigentes da Petrobrás aceitaram participar de uma comissão junto com os representantes do movimento sindical para tratar do assunto.
Através de acordos com a empresa, a FUP e os sindicatos já conseguiram reintegrar vários companheiros demitidos que acumulavam tempo de serviço suficiente para aposentadoria. É o caso do companheiro Spis, que teve sua reintegração homologada no último dia 26 pela Justiça do Trabalho de São Paulo.
Esperamos que a direção da Petrobrás repare definitivamente as injustiças cometidas contra os demais companheiros demitidos nas greves de 94 e 95. A reintegração de todos estes trabalhadores é uma das principais bandeiras de luta da nossa pauta de reivindicações.

(MATÉRIAS PUBLICADAS NO BOLETIM ESPECIAL DA FUP EM 06/08/2002)