Insegurança continua, 28 anos depois do acidente de Enchova

Sindipetro NF

No dia 16 de agosto, completam 28 anos que aconteceu o acidente na plataforma de Enchova. Um dos primeiros e mais trágicos acidentes numa plataforma de petróleo no Brasil, que vitimou 37 petroleiros.

Em 1984, durante a saída de uma das embarcações de abandono, houve rompimento do cabo do truco, o que provocou a queda da baleeira e as mortes dos ocupantes. Entre os sobreviventes, 19 feridos, ficaram permanentemente marcados pela memória do terror que viveram.

A tragédia foi provocada por um vazamento num dos poços conectados à plataforma, operada pela empresa Pozos, seguido de explosão, incêndio prolongado e evacuação do convés. Até hoje as causas não foram confirmadas.

Na época, o sindicato dos engenheiros denunciou, através de sua diretoria, que as péssimas condições de trabalho e a política de metas de recordes de produção eram apontadas como duas das principais causas do acidente. Baseado nestas hipóteses, o sindicato dos engenheiros reivindicou a abertura de uma comissão para investigar as causas do acidente, mas não foi atendido pela direção da empresa, comandada por Shigeaki Ueki e Joel Mendes Rennó.

Passados 28 anos, outras grandes tragédias continuam a acontecer na Bacia de Campos, como a P-36 em 2001 e a queda do helicóptero em 19 de agosto de 2011, que vitimou quatro trabalhadores.

Levantamento do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, com base nas Comunicações de Acidente de Trabalho recebidas dão conta da ocorrência de 4.372 acidentes sem afastamento e 605 com afastamento no período de 2007 a julho de 2012, incluindo Petrobrás, Transpetro e Setor Privado. Uma média de quatro acidentes foram registrados por dia no último ano (2011), sem contar os que são ocultados.

Nos últimos dois anos, a participação da categoria através do envio de pendências de segurança levou à interdição de 15 unidades da Petrobrás, Brasdrill, Seadrill e Noble.

O Sindipetro-NF  tem denunciado insistentemente a precariadade de algumas unidades operacionais, ocasionadas pelo descaso com a manutenção, a falta de segurança e a redução de efetivo.