Cerca de 200 petroleiros são mantidos em cárcere privado na Bacia de Campos

Sindipetro-NF

O Sindipetro-NF recebeu até às 12h de hoje informações de que em pelo menos 12 plataformas da Bacia de Campos ainda há petroleiros grevistas mantidos em cárcere privado. Nestas unidades, o número de trabalhadores que aderiram à paralisação e querem desembarcar chega a 199.

Sindipetro-NF orienta legítima defesa contra cárcere privado

Nesse momento, centenas de trabalhadores ainda são mantidos, contra a vontade, prisioneiros da Petrobrás, em cárcere privado nas plataformas de petróleo da Bacia de Campos.

Orientamos que os mesmos exijam o desembarque de todos os que aderiram à greve, em conjunto, ainda que para terem esse direito fundamental respeitado tenham que impossibilitar quaisquer outros voos nas unidades, com a ocupação dos helipontos de forma ordeira e pacífica.

Entenda os processos judiciais

Ciente de que esse profundo desrespeito da Petrobrás para com os direitos humanos de seus empregados se verificaria mais uma vez, o Sindipetro-NF, na véspera do movimento, ajuizou Mandado de Segurança visando garantir o direito líquido e certo de desembarcar (169.850.2013).

Por sua vez, logo em seguida, a Petrobrás ajuizou Interdito Proibitório visando impedir a ocupação das salas de controle e a parada de produção.

Para a pretensão da Petrobrás – incabível em se tratando do exercício do Direito de Greve, e que viola a Liberdade Sindical, valor humano fundamental – a Justiça do Trabalho sequer ouviu o Sindicato, e já concedeu liminar às expressas, redigida perante os próprios advogados da empresa. Para o caso de descumprimento da liminar por parte do Sindipetro-NF, foi fixada a mesma multa diária da Greve de 1995: 100 mil reais!

Mas, para garantir um direito líquido e certo, e direito de se locomover para casa, ao qual a Petrobrás está obrigada pela Lei 5.811/72, a Justiça do Trabalho se mostra, mais uma vez, lenta. Decidiu primeiro ouvir a Petrobrás, para depois resolver. A empresa deixou para o fim do prazo para responder e o processo só na segunda feira vai para a mão do juiz para decisão.

Legítima defesa

Se a Justiça não defende os trabalhadores, eles mesmos devem se defender. Nessa legítima defesa, os petroleiros de algumas unidades mostraram o caminho: ocuparam o heliponto e as programações foram feitas. A ocupação foi feita de forma ordeira e pacífica.

O Sindipetro-NF orienta que se proceda da mesma forma, nas unidades aonde ainda há cárcere privado!

Inquérito policial apura cárcere privado

Como já divulgado, a Delegacia de Polícia Federal de Macaé recebeu a denúncia do cárcere privado coletivo, que será apurado no correspondente inquérito policial. O depoimento dos petroleiros será de fundamental importância.

 

Macaé, 19 de Outubro de 2013

Diretoria Executiva do Sindipetro-NF

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este número ainda pode ser maior, uma vez que ainda há plataformas que não enviaram as informações solicitadas pelo sindicato. À medida que novos relatos chegarem, a entidade atualizará no site o levantamento.

O Sindipetro repudia veementemente o comportamento da empresa, que pratica o crime de cárcere privado para manter a produção a todo custo, como denunciado pela entidade à Vara do Trabalho de Macaé e à Polícia Federal.

Hoje pela manhã, o sindicato também orientou que os petroleiros que estão nesta situação façam denúncias na Polícia Civil, pela internet, no link http://www.policiacivil.rj.gov.br/form/denuncia.asp

As informações sobre o cárcere privado e outras ocorrências nas plataformas e demais bases podem ser enviadas para[email protected].