Petroleiros, engenheiros e camponeses exigem cancelamento do leilão de xisto

MAB

Em Curitiba,na última quarta-feira (20), juntamente com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná – Senge-PR, com o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catariana – Sindipetro-PR/SC, CUT, CPT e Levante Popular da Juventude denunciaram, em frente a sede da COPEL, as graves violações aos Direitos Humanos que vêm sofrendo as populações atingidas por barragens no estado do Paraná e dos graves riscos e impactos que podem ser causados pela exploração de combustíveis não-convencionais.

Segundo Hélio Meca da coordenação do MAB a mobilização foi um importante momento de denúncia "para a sociedade se dar conta que está em curso um processo intenso de mercantilização dos bens naturais como a água, os rios, o petróleo, o gás, as terras, os territórios. Seguramente serão outros milhares de atingidos no próximo período". 

Ulisses Kaniak, presidende do SENGE-PR ressaltou a necessidade de articulação das organizações para debater e mobilizar a sociedade. "Só com lutas conjuntas poderemos superar os desafios colocados para o próximo período, articulando atingidos, camponeses, engenheiros, petroleiros e operários em geral. Assim devemos construir plataformas políticas que superem as pautas específicas e corporativas".

Para Silvaney Bernardi, presidente do Sindipetro-PR/SC "estamos colocando em risco nossa soberania, não podemos permitir que o pré-sal e também nosso sub-solo sejam tomados do nosso povo. Por um lado estamos abrindo mão de um debate estratégico sobre a possibilidade de  construirmos um futuro melhor para o povo brasileiro com a riqueza do pré-sal e por outro corremos um sério risco de contaminarmos nossas águas e comprometermos as futuras gerações, só para atender a ganancia de poucos, na exploração do xisto", alertou.

As organizações defendem a suspensão da 12ª Rodada de Licitações de áreas gás e xisto marcada pela Agencia Nacional do Petroleo – ANP, para os dias 28 e 29 de novembro de 2013.

Para entender:

São 240 blocos exploratórios, sendo 110 em áreas de novas fronteiras tecnológicas nas bacias do Acre, Parecis, São Francisco, Paraná e Parnaíba e 130 nas bacias maduras do Recôncavo e de Sergipe-Alagoas. 

Para a exploração dessas áreas deve ser utilizada a técnica do faturamento hidráulico, uma tecnologia de estimulação de poço utilizada para maximizar a produção de óleo e gás natural em reservatórios não convencionais. 

À contramão da tendência mundial, que resiste à extração do gás de xisto, o Brasil pretende iniciar a exploração desse recurso energético. Além de não existir uma legislação e um aparato regulatório claramente definido, há indícios de grandes riscos ambientais e sociais.

Cabe lembrar que algumas bacias, como a do Paraná, estão sobre o Aquífero Guarani, o maior reservatório de água doce do mundo. Vários países encaram a exploração desse gás com preocupação e até proibiram sua produção. O presidente francês, François Hollande, em entrevista recente como divulgou a Folha de São Paulo, afirmou categoricamente: “enquanto eu for presidente, não haverá exploração de gás de xisto na França”.

As informações do para enteder foram tiradas de matéria publicada no site do sindipetro-pr/sc