Monitoramento ambiental é um velho imbróglio na Repar

A desconfiança sobre o processo de monitoramento ambiental na Repar começa pela falta de transparência, de clareza e envolvimento dos trabalhadores no processo desde a determinação do PPRA,  GHEs, planejamento e programação do monitoramento já que este  é realizado a cada cinco anos para agentes químicos e físicos, com exceção do benzeno, que é feito a cada 36 meses.

A falta de efetivo na Higiene Ocupacional (HO) da Repar gera impactos negativos no monitoramento, afetando sua eficácia e credibilidade. Uma pauta histórica dos sindicatos filiados à FUP, para além do aumento do efetivo da HO, é a disposição de ao menos um higienista entre os técnicos de segurança industrial nos grupos de turno. Os gestores da Repar, quando cobrados sobre isso, empurram o problema com a barriga e remetem à Comissão Nacional de SMS da Petrobrás.

A realização de monitoramento ambiental de agentes químicos sempre foi uma caixa preta, rodeado por indefinições e posições duvidosas por parte dos gestores da empresa. Depois de muita resistência da Petrobrás quanto à participação de dirigentes sindicais na definição dos critérios para a coleta de amostras em campo, bem como na contratação do serviço até apresentação e acesso ao relatório, muitos embates aconteceram na Comissão de SMS. Há muito tempo a FUP tem participado de mesas de negociação para se buscar um acordo dos parâmetros mínimos para a prática do monitoramento. Foi estabelecida Especificação Técnica, mesmo com algumas discordâncias a avaliação foi que houve avanços. Um deles foi à quantidade de amostragens, estabelecendo em oito para cada agente químico, e outro foi à garantia de monitoramento nas atividades críticas. 

Mesmo após toda essa luta para a conquista de um acordo que contemplasse ambos os lados, a Repar enrolou o que pode para debater o tema com o Sindipetro Paraná e Santa Catarina. Isso quase levou o Sindicato a boicotar o processo. Somente às vésperas do monitoramento a HO resolveu se reunir com o Grupo de Trabalho do Benzeno (GTB/CIPA) e o Sindipetro para discutir o assunto.

Dentre das reivindicações dos representantes dos trabalhadores para a realização de um monitoramento adequado, destacam-se a transparência das informações e diálogo com os envolvidos, a não investigação de áreas onde há ausência de agentes para evitar influência no resultado global e que o monitoramento de curta duração (STEL) seja feito nas atividades mais críticas.

Principais pontos acordados entre Petrobrás e FUP:

 – Realização de monitoramentos nas atividades críticas: A HO, de acordo com os trabalhadores do setor, fóruns de apoio como CIPA e Comissão de SMS devem previamente estabelecer as áreas de atividades críticas que serão monitoradas.

 – A HO enviará periodicamente os resultados ao Sindicato. Em caso de resultados anormais, será estendido o número de amostragens de 8 para 12 por agente químico.

– Ruído: para atividades críticas que envolvem o agente ruído deve ser realizado relatório específico, constando a avaliação daquele determinado período.

– Não devem ser realizadas amostragens de ruído na CIC (Casa Integra de Controle).

– A atividade mais crítica do GHE deve ser monitorada com a técnica STEL (curta duração), com três amostragens por agente químico.

 – A CIPA e o Sindicato serão convidados a participar dos sorteios de áreas a serem monitoradas. Portanto, o calendário da campanha de monitoramento deve ser enviado com antecedência.

– Os riscos decorrentes de agente que não esteja contemplado deve ser comunicado ao Sindicato para que seja negociada a sua inclusão no monitoramento ambiental.

Fonte: Sindipetro PR/SC