Reunião abre diálogo com gerência da SSP

Sindipetro-BA

Na edição 52 do jornal do Sindipetro Bahia foram divulgados os fatos relacionados ao comportamento do gerente da Segurança Patrimonial UO\BA e informamos o resultado da reunião ocorrida na última sexta (14\9) na sede da Petrobras na Bahia, o Ediba.
Participaram o Coordenador Geral do Sindipetro-BA, Paulo César, o presidente da CUT Bahia, Cedro Silva e os diretores André Araújo, Deyvid Bacelar, Edson Almeida, Gilson Sampaio, Henrique Crispim, João Marcos e Walter Júnior.
No encontro, a direção reafirmou o conteúdo das denúncias divulgadas na imprensa do Sindipetro Bahia (DIÁLOGO), mas considerou que após a reunião houve avanços entre as partes.

Na reunião foram definidos os seguintes encaminhamentos:

1) Primeirização: realizar um seminário sobre a segurança patrimonial com a participação da CUT, FUP, Sindipetro e gerência da SSP. O gerente disse que fará consulta à Gerência Geral dos Serviços Compartilhados para saber se pode participar enquanto representante da empresa
2) Punição: rever a punição imposta ao ISI Bruno, revertendo  a suspensão para uma advertência, O gerente disse que fará consulta ao Gerente Geral dos Serviços Compartilhados antes de tomar qualquer decisão
3)  Certificado Nacional de Vigilante – CNV: diante da imposição dos ISI trabalharem com este documento vencido, os dirigentes sindicais solicitaram que a empresa providencie parecer do jurídico e do Gapre sobre este fato (prazo administrativo de 15 dias).

Enquanto isso, o gerente disse que continuará obrigando os ISI`s a trabalharem com a CNV vencida até que o parecer seja realizado.

Os diretores sindicais Walter Júnior e André Araújo foram enfáticos na afirmação de que a categoria está cansada de ouvir nas reuniões promessas jamais cumpridas e que isso não serve ao diálogo entre a empresa e os trabalhadores, mediado pelo sindicato.
Os dois descartaram qualquer questão de cunho pessoal, mas sim administrativo e gerencial no desgaste existente na Segurança Patrimonial e que os gerentes são responsáveis pelo que ocorre nas áreas.

O gerente da SSP ouviu do diretores Paulo César, Edson Almeida e Henrique Crispim, que a direção do Sindipetro-BA não tem qualquer atrelamento a partidos ou gestores das empresas e, que, portanto, a direção da entidade sempre encaminhará e cobrará as demandas dos trabalhadores petroleiros, enquanto o presidente da CUT-BA, Cedro Silva, reafirmou o compromisso com a classe trabalhadora, ressaltando a necessidade de ser realizar um trabalho sindical voltado para a Primeirzação da Segurança Patrimonial.

Os números revelam o sucateamento da Segurança Patrimonial

Nas áreas de atuação do SSP Bahia existe atualmente 275 Inspetores de Segurança Interna -ISI`s – trabalhadores próprios da Petrobras e 1.300 vigilantes, trabalhadores terceirizados. Portanto, a relação é de 21,15% de trabalhadores próprios e de 78,85% de trabalhadores terceirizados.

No efetivo próprio temos a seguinte composição: 52% de ISI`s novos (143 trabalhadores) e 48% de ISI`s antigos (132 trabalhadores).
Além disso, os ISI`s mais antigos estarão todos aptos a aposentadoria no prazo máximo de 8 anos, restando, portanto, uma ínfima quantidade de ISI`s novos.
Enquanto isso, a Petrobras praticamente cessou a contratação de ISI`s através de seus concursos. Não bastasse isso, esses trabalhadores foram renegados à pior posição no atual Plano de Cargos – PCAC, alegando que a elevação dos salários da carreira da Segurança Patrimonial, incentivaria a terceirização da atividade.

Passados 4 anos da implantação do PCAC, o fato é que não houve a primeirzação da atividade, ao contrário, o que houve foi o aumento da terceirização. Esse processo de privatização da Segurança Patrimonial da Petrobras, aliada à precarização, vem demonstrando a suas graves consequências.
Os disparos acidentais e os constantes roubos de armas e coletes são acontecimentos que anteriormente inexistiam nas áreas. Estes fatos colocam os trabalhadores da empresa e a comunidade local, à mercê dos bandidos armados.

A situação dos ISI`s se agrava ainda mais diante do Acordo que a Petrobrás firmou com o Ministério Público do Trabalho – MPT, comprometendo-se a reduzir a relação entre trabalhadores próprios e trabalhadores contratados até 2015.
Nesse Acordo, a empresa só está obrigada a primeirizar a atividade fim, sendo-lhe facultada a completa terceirização das demais atividades, desde que no total seja respeitada a relação de 2 x 1, ou seja, no máximo, 2 trabalhadores terceirizados para cada trabalhador próprio.

Diante deste fato, é notório que, juridicamente, não há como impedir à completa terceirização da Segurança Patrimonial e apenas o embate e a pressão política da categoria evitará a extinção deste segmento profissional.

O Sindipetro Bahia deve encampar a luta em defesa da primeirzação, não apenas deste segmento, mas também dos demais setores da Petrobrás. Esta bandeira deve ser empunhada também pela FUP, pois essa ameaça é uma realidade em todas as empresas do Sistema Petrobras.