Vitimas de acidentes de trabalho são perseguidas na Reduc

Sindipetro Duque de Caxias

O dia 28 de abril foi instituído pela OIT- Organização Internacional do Trabalho e ratificado pelo governo do Brasil como Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

Na REDUC, os trabalhadores que são vítimas de Acidente de Trabalho sofrem duas vezes, uma em decorrência do próprio acidente e outra por perseguição dos gerentes. Os trabalhadores próprios são discriminados pela gerência e encontram dificuldades na progressão da carreira. Os trabalhadores contratados sofrem ainda mais, pois são ameaçados de demissão caso se acidentem.

A gerência da REDUC em conluio com os empresários vivem descaracterizando os acidentes e o tempo de afastamento das vítimas. Primeiro tentam convencer o trabalhador que o ocorrido não foi um acidente e caso seja emitida a CAT- Comunicação de Acidente de Trabalho, tentam descaracterizar o afastamento. Coloca-se carro a disposição do trabalhador para que ele possa acessar a refinaria e levam ele para uma “salinha”, para passar o tempo. Tudo para fraudar o SAT – Seguro de Acidente de Trabalho que as empresas são obrigadas a pagar.

A situação da maior empresa do país, Petrobras, é tão grave que esta foi condenada numa ACPU- Ação Civil Pública da União por não emitir CAT dos trabalhadores acidentados, porém a sentença não descriminava o tempo de afastamento. Sendo assim, a CAT é emitida, mais sem afastamento. Os gerentes sem escrúpulos assediam os empregados, próprios ou contratados, a vir trabalhar doente.

Um juramento a Hipócrates ou Hipócrita

Os médicos que juraram tratar dos doentes devem resistir ao apelo do CAPITAL e não se vender para a gestão. Muitos médicos do trabalho se prestam a fazer mais um papel de gestor de RH, do que proteger a saúde dos trabalhadores. Médicos que reavaliam laudos e afastamentos para poder adequar à política de RH da Petrobras. O Sindipetro Caxias apóia os médicos que defendem a saúde do trabalhador, mas não concorda com aqueles médicos que se venderam para a empresa.

Mais um caso INDIGNO

No dia 22/04/14 um caldeireiro de uma empresa contratada da REDUC sofreu um acidente de trabalho. A máquina de furar travou e sua mão rodou na empunhadura. Ao comparecer no setor de saúde o médico com visão de raios-X, disse que ele não tinha nada. Ao sair da REDUC, o trabalhador foi numa emergência de um hospital público que constatou fratura e deu afastamento. Ao comparecer na refinaria, no dia 24/04/14, para levar o atestado, o trabalhador foi vítima do assédio dos médicos da empresa junto com os médicos da Petrobras. Não queriam emitir CAT e nem conceder o afastamento. O Sindipetro Caxias solicitou a REDUC a rever o caso.

Esta é mais uma história triste que certamente ficará na memória dos trabalhadores. Não é possível que as vítimas de acidentes sejam também vítimas de assédio. O Sindipetro Caxias pede resistência aos trabalhadores. Não venham trabalhar doente. Caso houver acidente, solicite a CAT. Denuncie o assédio moral dos gerentes.