Proposta é rejeitada por 2/3 dos petroleiros norte-rio-grandenses

Sindipetro-RN

Por maioria expressiva, superior a 2/3, a categoria petroleira norte-rio-grandense decidiu rejeitar a última proposta de PLR apresentada pela Petrobrás e manter o Estado de Greve. As sessões deliberativas foram realizadas em todas as principais bases da Companhia, nos municípios de Natal, Mossoró, Alto do Rodrigues e Guamaré, no período de 7 a 11 de março. Agora, os petroleiros e petroleiras do RN aguardam o posicionamento da categoria nos demais Estados. A expectativa é de que a rejeição da proposta da Petrobrás em outras bases leve a direção da FUP a convocar uma nova reunião do Conselho Deliberativo, a fim de que seja revisto o indicativo de aceitação, anteriormente aprovado.

A proposta de PLR 2012 apresentada pela Petrobrás, em 4/03, elevou a oferta anterior da Companhia em apenas R$ 724,00. Com isso, o montante destinado à PLR dos trabalhadores passaria a R$ 1,15 bilhão, representando 13% da soma destinada aos acionistas. Este percentual é o menor dos últimos seis anos, e, para justificá-lo, a Petrobrás alega a redução de 36% nos lucros de 2012, quando comparados aos de 2011. No entanto, o mesmo argumento não se aplica na definição do tamanho da fatia dos dividendos concedida aos acionistas. Isto, porque o montante de 2012 deverá corresponder a 40,01% dos lucros. E, ao contrário do que está sendo proposto aos trabalhadores, esse percentual é o maior dos últimos seis anos.

Lucros e Resultados – Na discussão sobre a PLR 2012, outros aspectos que não estão sendo devidamente considerados pela Petrobrás dizem respeito aos fatores que contribuíram para a redução dos lucros da Companhia, bem como, os resultados operacionais alcançados no último ano. Em mensagem destinada aos acionistas e investidores, no Relatório de Atividades 2012, a própria presidente da Petrobrás, Graça Foster, explica o desempenho econômico-financeiro como decorrente do “aumento da importação de derivados a preços mais elevados, pela desvalorização cambial; pelo aumento de despesas extraordinárias, como a baixa de poços secos; e pela produção de petróleo que, embora dentro da meta estabelecida no PNG 2012-2016 (grifo nosso), foi de 1.980 mil bpd no Brasil, 2% inferior à de 2011”.

Ora! Analisando-se as explicações da presidente, não há como creditar responsabilidade dos trabalhadores e trabalhadoras pela redução nos lucros da Companhia. Das causas enumeradas por ela, a produção, inferior em 2%, quando comparada a de 2011, seria a única passível de ser influenciada pelo desempenho da força de trabalho. Seria, mas não foi. Primeiro, porque, conforme reconheceu Graça Foster, a produção situa-se dentro da meta estabelecida. Segundo, porque, em verdade, a queda na produção deveu-se, principalmente, às paradas de produção não programadas, impostas pelo Ministério Público, devido à falta de manutenção e aos riscos de acidentes nas plataformas.

Assim, se a responsabilidade pela redução dos lucros tivesse que ser atribuída a alguém, certamente, a soma não deveria ser debitada na conta dos trabalhadores. Até, porque, apreciando-se alguns resultados operacionais obtidos pela Petrobrás, em 2012, constata-se um desempenho promissor. Se não, vejamos… 

  • A meta de produção estabelecida para o ano foi alcançada, totalizando 1 milhão 980 mil bpd de óleo e LGN no Brasil. A produção total de petróleo e gás natural da Petrobras foi de 2 milhões 598 mil barris de óleo equivalente por dia (boed);
  • A entrada em operação do FPSO Cidade de Anchieta, no campo de Baleia Azul, no Pré-sal da Bacia de Campos e o início do Programa de Aumento da Eficiência Operacional na Bacia de Campos (PROEF) elevaram a eficiência operacional da UO-BC de 67%, em abril de 2012, para 78%, em dezembro de 2012; 
  • As reservas provadas totais atingiram 16,44 bilhões de boe pelo critério SPE/ANP. O Índice de Reposição de Reservas (IRR) no Brasil ficou em 103% e a relação reserva-produção em 19,3 anos. Pelo 21º ano consecutivo, a Companhia mantém um IRR no Brasil acima de 100%;
  • A produção no Pré-sal em 2012 atingiu recorde diário de 214 mil barris em 27 de dezembro. Este montante representou 7% da produção de petróleo no Brasil, na média do ano;
  • Entre 9 e 12 de agosto, foi batido o recorde de processamento de petróleo (2 milhões 101 mil barris/dia). No ano, a produção de derivados foi de 1 milhão 997 mil barris/dia e as vendas no mercado brasileiro de 2 milhões 285 mil barris/dia;
  • Em 26 de novembro foi batido o recorde diário de geração de energia de 5.883 MW, e em 11 de outubro, o de entrega de gás nacional de 49,6 milhões.