Brasil é o quinto país do mundo que mais mata mulheres

O Brasil amarga o quinto lugar no ranking dos países do mundo que mais matam mulheres. Segundo levantamento do Mapa da Violência de 2015, diariamente, 13 mulheres são assassinadas no Brasil, uma média total de 4.745 mortes ao ano. O número alarmante foi apresentado pela secretária adjunta da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres da Cidade de São Paulo, Dulce Xavier, na palestra “Desigualdades de gênero, justiça e democracia”, realizada sexta-feira (04.03), no Instituto Cajamar.

A atividade foi promovida pelo Unificado, com o objetivo de levar mais informações à direção sindical sobre a questão de gênero e lembrar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
Segundo Dulce, a violência é consequência da opressão que a mulher ainda sofre na sociedade. “Dados da ONU apontam que existe a violência contra a mulher pelo simples fato de ser mulher e por causa da opressão do homem sobre ela. Em nenhum país do mundo há situação de igualdade entre homens e mulheres”, lamenta. 

A secretária destaca que todas as sociedades ainda têm a presença forte de valores patriarcais. “O poder na nossa sociedade é homem, adulto e branco”, apontou. 
Apesar da cultura patriarcal, as lutas das mulheres revolucionaram o comportamento das famílias e garantiram mais direitos. A mulher passou a ocupar espaços que antes eram só dos homens. “As mulheres estão indo para carreiras que eram consideradas masculinas. A tese de que a mulher não pensa caiu por terra”, comentou Dulce.

As mulheres ampliaram sua participação no mercado de trabalho. Na Petrobrás, por exemplo, o número de petroleiras dobrou em 14 anos. De acordo com a coordenadora do Unificado, Cibele Vieira, em 2002 havia apenas 9% de mulheres na empresa e hoje esse número saltou para 18.

Dulce destaca que a luta pela igualdade exige a participação, não só das mulheres, mas de toda a sociedade e garante que quem mais se beneficia com a desigualdade de gênero é o capital, já que as mulheres estão indo à luta, estudando mais e ganhando menos. “O capital assegura uma mão de obra mais qualificada e paga menos por isso”, afirmou. 
Para Dulce, a igualdade só será alcançada quando as pessoas aprenderem a conviver com as diferenças, de raça, cor, orientação sexual e religião, entre outras. “Temos que aprender a respeitar as diferenças para desconstruir as desigualdades”, afirmou.

Fonte: Sindipetro Unificado-SP