Dilma discursa no 1º de maio, diz que vai resistir ao golpe, que Pré-Sal será a primeira vítima e anuncia medidas

No início da tarde do 1º de maio de 2016, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff foi a principal convidada e discursou por cerca de 30 minutos para a multidão que acompanhava o ato em comemoração ao dia do trabalhador.

Dilma iniciou dizendo que o impeachment é golpe, porque ela não cometeu crime, nem tem conta na Suíça, em alusão ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Disse que está sendo julgada por ter emitido seis decretos de suplementação (as tais pedaladas) e comparou com o governo Fernando Henrique, que apenas em 2001 publicou 101 decretos semelhantes, segundo a presidente.

Dilma foi enfática em afirmar que quem está propondo seu afastamento está roubando os votos não apenas de quem a elegeu (cerca de 54 milhões de votos), mas de todos os 111 milhões que votaram em 2014. “Estão roubando os votos de quem acredita na democracia”, afirmou. 

A presidente também alertou para os riscos do processo de impeachment afirmando que o golpe é contra todos os trabalhadores e que a primeira vítima será o pré-sal. Denunciou, também, que um eventual governo Temer pretende cortar o benefício de 37 milhões de pessoas que dependem do Bolsa Família. Atualmente são 47 milhões de pessoas beneficiadas.

Anúncio de medidas

Durante seu discurso, a presidente informou que está enviando ao Congresso um projeto de reajuste de 9% no Bolsa Família – valor que estava previsto, segundo a mandatária -, realizando o reajuste de 5% na tabela do Imposto de Renda, ampliando o programa Minha Casa, Minha Vida, expandindo o Plano Safra para a agricultura familiar e prorrogando por três anos o Mais médicos.

Resistência

Saudada com slogans de “Dilma guerreira”, a presidente terminou seu discurso afirmando que irá resistir ao golpe. “Os golpistas não passarão”, finalizou.  

CUT convoca para dia 10

Antes de a presidente Dilma fazer seu discurso, representantes das três centrais que organizaram o ato fizeram uso da palavra. Pela Intersindical, Índio disse que sua central não apoiava as políticas do governo, mas se posicionava contra o golpe.Adilson, da CTB (Central de Trabalhadores do Brasil), afirmou que a razão do golpe é porque “a gente começou a incomodar os poderosos”.

Já o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, exortou os trabalhadores a participarem das atividades do dia 10 de maio, quando as centrais e movimentos populares estarão promovendo diversas manifestações pela democracia.