Em congresso, petroleiros da Bahia decidem que não vão negociar com o novo presidente da Petrobrás

Em primeiro lugar FORA TEMER. Essa foi a frase mais utilizada pela maioria dos congressistas – da ativa, aposentados e pensionistas, observadores, palestrantes e convidados que participaram do V Congresso dos Petroleiros da Bahia, que aconteceu em Salvador, nos dias 04 e 05 de junho, no Hotel Real Classic, cujo tema foi “Só há futuro com unidade e luta – em defesa da Petrobras, dos nossos direitos, da democracia e do Brasil”. 

A política, o golpe e as ações destrutivas do governo ilegítimo de Temer, que em poucos dias fez o Brasil retroceder algumas décadas, além da necessidade de intensificar as mobilizações nas ruas contra o retrocesso instaurado no Brasil, deram norte ao congresso.

Os petroleiros tomaram decisões importantes se colocando como agentes atuantes na sociedade e protagonistas da história.  Uma delas foi não reconhecer e nem negociar com o novo presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que já declarou a sua intenção de vender ativos da empresa e entregar o Pré-Sal ao capital estrangeiro. Os petroleiros também se preparam para ajudar na construção da greve geral que vai parar o país.

No olho do furacão e vendo a Petrobrás ser desmontada, os petroleiros se organizam para enfrentar as forças reacionárias que querem tomar conta do país. O coordenador geral do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, fez um balanço positivo do V Congresso.

Para ele “foram dois dias de debates e deliberações importantes que nos darão condições de lutar com Unidade contra o desmonte e privatização da Petrobras, contra o Golpe e a destruição da Democracia e da Soberania Nacional”.

O coordenador da FUP, José Maria, afirmou que a categoria petroleira precisa “entender o momento que atravessamos, bastante adverso, e tem o dever de participar das mobilizações e manifestações das ruas, em defesa da democracia e contra a manipulação que a grande mídia faz o tempo todo”.  Ele disse ainda  que a classe trabalhadora que teve ganhos e conquistas nos últimos 13 anos precisa defender esse legado e fez um alerta: “fora da democracia só existe um caminho, que é a ditadura”. 

O V Congresso teve 182 delegados inscritos, que durante dois dias participaram de debates sobre a atual conjuntura política do país e analisaram as teses que foram apresentadas pela categoria e agora serão enviadas à VI Plenária da Federação Única dos Petroleiros. Eles participaram também de uma AGE que aprovou por unanimidade a prestação de contas de 2015 e a previsão orçamentária do exercício de 2016 do Sindipetro Bahia.

O V Congresso dos Petroleiros reafirmou que não negociará com este governo golpista, assim como a CUT, a CTB, a Intersindical e diversas entidades sindicais têm demonstrado, principalmente até a votação final do impeachment, no Senado. Ao final do evento, congressistas e participantes chegaram à conclusão de que “só há futuro com unidade e luta”.