Aos companheiros da Bacia: cada um é muito importante neste momento para que a categoria esteja forte

O momento brasileiro é gravíssimo e é muito importante que cada petroleiro e cada petroleira não delegue para ninguém a sua responsabilidade histórica. Há muitas tarefas a cumprir, há assembleias por fazer, há uma greve por construir, há uma unidade de ação por manter que é vital para enfrentar os ataques postos à mesa pela Petrobrás e por Mishell Temer. Tudo isso é missão de cada um e de cada uma para que se torne uma realização de todos.

Ser brasileiro ou brasileira, ser empregado ou empregada no setor petróleo, ser trabalhador ou trabalhadora, são condições de pertencimento que requerem laços de comprometimento que vão além de questões financeiras, mas mesmo por estas há motivos claros em jogo e é justo lutar e se indignar.

Se durante algum tempo, neste último ano turbulento, pareciam abstratos ou exagerados os alertas do movimento sindical, agora está tudo explícito, o crime está materializado até nos contracheques, com risco iminente de aprofundamento.

Mesmo os que não se abalaram com o golpe contra a Democracia percebem agora que o golpe está chegando ao seu bolso, às suas condições de trabalho, à educação dos seus filhos, à perspectiva de aposentadoria, aos direitos fundamentais de liberdade de manifestação.

O ataque ao THM (Total de horas mensais), o recrudescimento das gerências contra a atividade sindical e de lideranças de base, o modo desabrido como a gestão da empresa anuncia o desmonte e o enfraquecimento da companhia, a sem cerimônia com que apresentam uma contraproposta indecente que corta direitos e congela salários, são traços de um mesmo quadro de horrores que nos empurram para a luta.

E só há uma maneira de fazer isso: coletivamente. Se engana quem acha que está à salvo, que terá garantida a sua proteção por meio de méritos pessoais, que não precisa de sindicato nenhum para defendê-lo. Desde o início da revolução industrial os trabalhadores perceberam que somente unidos poderiam enfrentar o poder do capital, e não é diferente agora.

A categoria tem uma grande experiência em movimentos que se aperfeiçoaram em suas estratégias nos últimos anos, como resultado de muito aprendizado nos enfrentamentos e de sistematizações nos seminários de greve — como o realizado nesta semana, em Macaé. Sabe, portanto, que os próximos dias serão de passos orientados por uma sintonia fina entre a entidade e os trabalhadores, onde não pode haver brecha para o jogo de contra-informação que a empresa tradicionalmente faz para nos desmobilizar.

Mais do que nunca, é hora de não ficar de conversa com gerentes, não dar ouvidos a boatos, não servir de elemento propagador de desinformação. Podemos até discutir internamente as nossas diferenças, o que é próprio da pluralidade sindical, mas, na ação, sejamos um bloco imbatível. Este é o único modo de termos chances para superar estes tempos temerários.

Que não ousem duvidar da capacidade de resistência dos petroleiros e petroleiras. Vamos à luta!

Diretoria Colegiada do Sindipetro-NF
Macaé, 23 de Setembro de 2016