Sindicato debate indústria de petróleo com agentes públicos e privados

Na tarde desta segunda-feira, 6, a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN esteve reunida, em ocasiões diferentes, com o vice-governador do Estado, Antenor Roberto (PCdoB) e com dirigentes da PetroRecôncavo, empresa que está em processo de aquisição de 34 campos petrolíferos operados pela Petrobrás, no chamado Polo Riacho da Forquilha, localizado na Bacia Potiguar.

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Com o vice-governador, a representação sindical da categoria petroleira debateu a atuação da Petrobrás e a situação da indústria petrolífera no Estado, tendo em conta a orientação gerencial que vem sendo imposta à Companhia nos últimos anos. De acordo com os representantes do Sindicato, é preciso que o Governo do Estado tenha uma atitude mais firme de cobrança da Petrobrás com relação às atividades produtivas sob as quais têm responsabilidade.

Atuando no Rio Grande do Norte há mais de três décadas, de onde extraiu mais de um bilhão de barris de petróleo, a companhia obteve lucros extraordinários que contribuíram para que pudesse se projetar no cenário internacional como uma das maiores empresas da América Latina. Nos últimos anos, no entanto, fruto de uma política ditada por interesses imediatistas, a Petrobrás vem se desfazendo de ativos, desmobilizando atividades e concentrando recursos na área do Pré-sal, a fim de obter retorno rápido de seus investimentos.

Nessa linha, a companhia que atuava “do poço ao posto”, extraindo petróleo, processando e vendendo derivados, vai se transformando, gradativamente, e sem qualquer preocupação social, numa mera produtora e exportadora de óleo cru. Assim, no caso do Rio Grande do Norte, em que a atividade petrolífera responde por cerca de 40% da produção industrial, gerando royalties e tributos, a atuação da Petrobrás assume importância decisiva no êxito ou no fracasso de qualquer estratégia de desenvolvimento.

Manifestando convergência com as opiniões do Sindicato, Antenor Roberto relembrou os compromissos assumidos pelo Governo durante a reunião realizada na última sexta-feira, 3, que contou com a participação de três secretários de Estado. Naquela ocasião, ficou acertado que o Executivo interpelará a Petrobrás sobre seus planos para o Rio Grande do Norte e que levará o debate sobre a atuação da Petrobrás para o Fórum de Governadores do Nordeste, uma vez que a atitude da companhia ameaça vários estados da região.

Além disso, o vice-governador ratificou a disposição do Governo de apreciar a proposta construída pelo Sindicato, em conjunto com a AEPET, AGERN e outras entidades, que defende a criação de um Programa e de um Conselho Estadual de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. A matéria encontra-se em análise na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, a qual caberá emitir um parecer.

Ao final do encontro, o vice-governador Antenor Roberto também assumiu o compromisso de participar de um painel sobre a Petrobrás e a indústria petrolífera no Rio Grande do Norte, durante o 34º Congresso Estadual dos Petroleiros e Petroleiras – CEPETRO-RN, que será realizado no próximo sábado, 11 de maio, em Natal.

PetroRecôncavo

Com a PetroRecôncavo, empresa que está em processo de aquisição de 34 campos petrolíferos operados pela Petrobrás no chamado Polo Riacho da Forquilha, região oeste do Estado, a representação sindical procurou principalmente ouvir. Conforme noticiado pela Petrobrás, a empresa que ficou em segundo lugar no certame adquiriu os campos em negociação após a desistência da primeira colocada. O negócio gira em torno de R$ 1,5 bilhão.

Segundo o presidente da PetroRecôncavo, Marcelo Magalhães, que participou, mais cedo, de uma reunião com a governadora Fátima Bezerra, a empresa pretende investir no Estado cerca de R$ 600 milhões, em cinco anos, visando recuperar a produção. O objetivo, segundo ele, é o de duplicar o volume atual extraído dos campos negociados, que oscilaria entre seis e oito mil barris diários.

Para essa empreitada, Marcelo Magalhães informou que a Potiguar E&P, subsidiária da PetroRecôncavo que está sendo estruturada para operar os campos, trabalhará com três sondas, sendo uma de exploração. Sediada em Mossoró, a empresa pretende gerar cerca de 200 empregos diretos nas áreas operacionais, além do pessoal administrativo. Ainda segundo Marcelo, a empresa privilegiará a contratação de mão de obra local, uma vez que se trata de pessoal com experiência.

Outra frente de atuação anunciada pelo presidente da PetroRecôncavo, Marcelo Magalhães foi a de exploração do gás natural. Nesse aspecto, o executivo anunciou que pretende criar as condições necessárias para ofertar o produto a preços bem mais competitivos que os praticados atualmente, sobretudo para o segmento industrial, contribuindo para que o Estado possa atrair novos empreendimentos.

Atuando há 19 anos no setor, a PetroRecôncavo explora petróleo em 17 campos no Estado da Bahia, produzindo atualmente cerca de 4,5 mil barris diários. A empresa é especializada na operação e desenvolvimento de projetos, com foco na revitalização da produção de campos maduros e marginais de bacias onshore, operando todos os seus campos.

[Via Sindipetro-RN]