Petroleiros do RN iniciam nova rodada de assembleias rejeitando proposta da Petrobrás

Mesmo com a intensificação do assédio praticado pela Direção da Petrobrás, que tem orientado ostensivamente seus gerentes, coordenadores e supervisores para participarem das assembleias promovidas pelos sindicatos, com o objetivo de intimidar a categoria, petroleiros e petroleiras norte-rio-grandenses estão se mantendo firmes, sem se deixar intimidar.

Nas duas primeiras sessões deliberativas, destinadas a apreciar a terceira contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho – ACT apresentada pela Petrobrás, os indicativos de rejeição defendidos pelos Sindicatos e pela FUP foram aprovados amplamente, e já somam mais de 67% de aceitação.

As consultas aconteceram na manhã desta terça-feira, 20, no pré-embarque dos trabalhadores do Ativo Mar, em Natal, e no campo de Riacho da Forquilha, em Apodi. As sessões deliberativas prosseguem até o dia 30/08 (sexta-feira), percorrendo todas as principais bases administrativas e operacionais da Petrobrás no RN.

Com percentuais igualmente elevados, também estão sendo aprovados os indicativos de manutenção da negociação coletiva nos pontos divergentes; de prorrogação dos efeitos do ACT atual enquanto houver negociação; e de deflagração de greve, em data a ser marcada pela FUP/Sindicatos, caso a empresa decida retirar algum direito durante o processo negocial.

Precarização

Além de atacar direitos consagrados no atual Acordo Coletivo, como os relacionados a salários, PLR e Plano de Saúde, a contraproposta apresentada pela Direção da Petrobrás busca golpear seriamente as relações de trabalho, fragilizando a atividade sindical. É o caso do fim das liberações sindicais; da homologação de contrato de trabalho no Sindicato; da extinção de comissões de acompanhamento do cumprimento de cláusulas específicas do Acordo; e da redução da validade do ACT.

No conjunto, tais medidas visam enfraquecer o papel do sindicato enquanto instrumento de organização e de representação dos trabalhadores, revelando uma visão arcaica de gestão corporativa, onde o trabalhador é reduzido à condição de mero produtor de mais-valia. Não por acaso, a Petrobrás contratou uma empresa especializada em negociações de Acordos no setor privado, que trabalha para cortar direitos que foram conquistados com muita luta pelos trabalhadores.

Dedo-duro

Condizente com o assédio e as novas práticas negociais defendidas pela atual Direção da Petrobrás, um antigo e odiado personagem das lutas sindicais está sendo ressuscitado: o asqueroso DEDO-DURO.

Na assembleia do pré-embarque dos trabalhadores do Ativo Mar, realizada em Natal, na manhã desta terça-feira, 20, ele deu o “ar da graça”, filmando e fotografando os presentes. Ao término do “serviço”, todo serelepe, correu para informar seu chefe.

Tal como no passado, a categoria petroleira saberá reconhecer e isolar esse e outros traidores da classe trabalhadora.