Petroleiros de Minas dizem não à privatização da Regap

O ato realizado pelos petroleiros de Minas Gerais na última quinta-feira (3) deu o tom da luta da categoria em defesa da Petrobrás. Na manifestação, os trabalhadores denunciaram as consequências da venda da Regap, para o povo mineiro.

Um dos principais impactos seria a queda na arrecadação de impostos em Minas e no município de Betim. Isso porque a refinaria é hoje a empresa que mais gera repasse de impostos para a cidade e, nas mãos da iniciativa privada, a empresa pode pleitear isenções fiscais.

Além disso, a privatização da Regap poderia provocar a redução da produção de derivados e, consequentemente, a redução de arrecadação de impostos, corte de empregos, e aumento dos preços dos combustíveis; a interrupção da produção e a transformação da refinaria em um centro de tancagem; ou até mesmo o fechamento da refinaria.

Durante o ato, representantes de outras entidades presentes reafirmaram a necessidade de uma pauta unificada em defesa da Petrobrás e da soberania nacional. “O que vocês decidirem aqui, vai definir nossa negociação também, pois é uma conjuntura de ameaça nacional”, explicou o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores de Minas, Jairo Nogueira.

O diretor do Sindipetro/MG, Felipe Pinheiro, salientou que esse é momento de debater mais a fundo o cenário de desmonte na Regap. “No processo de precarização para preparar a refinaria para a privatização, estamos todos correndo riscos – os trabalhadores e a sociedade no entorno da Regap”.

Ainda participaram do ato, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), um representante do mandato da também deputada Marília Campos (PT), e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante Popular da Juventude, do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas (Sintect-MG) e do Sindicato dos Metroviários de Belo Horizonte.

Em um segundo momento, a diretoria do Sindipetro debateu com os trabalhadores sobre a preparação para uma greve, tendo em vista que a categoria está em negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), em um processo marcado por diversas medidas arbitrárias e antissindicais da direção da empresa.

O ato na portaria da Regap marcou o aniversário de 66 anos da Petrobrás e também ocorreu em Curitiba, onde está preso o ex-presidente Lula, e em todas as bases da Petrobrás no Brasil.

[Via Sindipetro-MG]