Sindipetro Bahia se solidariza com os trabalhadores da Ford

O Sindipetro Bahia se solidariza com os trabalhadores e trabalhadoras da Ford, de todo o Brasil, que começaram o ano de 2021 com a péssima notícia da perda de seus empregos. Estendemos nossa solidariedade ao Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, Ceará e São Paulo, estados que perderão postos de trabalho e receitas como ICMS e ISS, com a saída da montadora.

De acordo com o anúncio da Ford serão fechadas imediatamente as fábricas de Camaçari, na Bahia, onde 3 mil trabalhadores serão demitidos, e a de Taubaté, em São Paulo, que resultará na demissão de 700 trabalhadores. A unidade de Horizonte, no Ceará, permanecerá em atividade até o 4º trimestre de 2021. A operação da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) já havia sido encerrada há um ano e meio.

Com a saída da Ford do país, segundo a própria montadora, cerca de 5 mil trabalhadores ficarão desempregados, o que vai agravar a crise econômica no Brasil, que já tem 14 milhões de desempregados.

É preocupante o que vem acontecendo no Brasil, pois a cada saída de uma grande empresa do país, a cada falta de investimento, há um enorme impacto social, que leva a um efeito dominó com inúmeras perdas.

O fechamento da Ford, além de gerar as demissões dos trabalhadores próprios e terceirizados da multinacional estadunidense atinge toda uma cadeia produtiva a exemplo das empresas que fornecem peças e produtos para a montadora como as que fabricam peças e acessórios e também aquelas que fabricam pneus – só em Camaçari existem duas que se instalaram na cidade atraidas pela chegada da Ford: a Continental e a Bridgestone.

Como vão ficar essas empresas? Vão manter a produção? Provavelmente não porque não terão mais para quem entregar o seu produto final. O fechamento da empresa também afetará as revendedoras de veículos Ford e os cegonheiros (que realizam o transporte dos veículos vendidos). Esses profissionais – cerca de 400 na Bahia – vieram para o estado e montaram suas estruturas para atender a Ford.

É um impacto gigantesco para a economia da Bahia e de Camaçari, que vai aprofundar a crise no Brasil, pois haverá também queda do IPI, além da perda de postos de trabalho, ICMS e ISS. Infelizmente, não há saída a curto ou médio prazo. A falta de uma política econômica concreta e clara está prejudicando o Brasil. A ineficiência das medidas do governo federal como as reformas trabalhista e da previdência, a aprovação da lei da terceirização e o teto de gastos, que não impediram as demissões nem geraram empregos como prometido, são a prova de que o Brasil está no caminho errado.

No Brasil de Bolsonaro as empresas não têm segurança para continuar produzindo. Além da Ford, a Sony já anunciou que ainda esse ano vai embora do Brasil. A empresa de produtos alimentícios Yoki também informou o fechamento de uma de suas fábricas no Rio Grande do Sul, demitindo cerca de 300 trabalhadores. O pior é que com o desmonte e privatização do Sistema Petrobrás a crise irá se aprofundar ainda mais.

É urgente a unificação das lutas de todas as categorias em defesa dos empregos e da geração de novos postos de trabalho para atender aos desempregados. Precisamos construir a unidade da classe trabalhadora contra o desgoverno Bolsonaro.

Diretoria do Sindipetro Bahia