Petrobrás vende o Cepe ADEPE, na Bahia. Sindicato alerta que outros clubes recreativos da estatal podem estar na mira

A atual gestão da Petrobrás e o governo Bolsonaro encontraram um novo filão para acelerar o processo de desmonte e privatização da estatal: a venda dos seus clubes recreativos.

Um deles, o Cepe ADEPE, localizado no bairro de São Cristovão, em Salvador (Bahia), foi vendido ao governo do estado por R$ 6.014.000. O dinheiro, segundo informações que chegaram ao Sindipetro Bahia, já está na conta da Petrobrás.

Na surdina, de forma autoritária, o negócio foi feito sem qualquer negociação ou aviso prévio aos dirigentes e sócios -cerca de 500- do Cepe ADEPE, que foram pegos de surpresa.

A venda se deu a partir da desapropriação da área do ADEPE pelo governo do estado para, segundo apuração preliminar, a construção de uma escola. O processo de desapropriação foi feito através de negociação com a direção da Petrobrás, que é dona do terreno em questão.

Se a direção da Petrobrás fosse séria e preocupada com seus empregados, a Petrobrás, antes de fechar o negócio, teria chamado a direção do clube e os associados para informar o que estava se passando. Eles poderiam até participar do processo de negociação na perspectiva de apresentar argumentos para manter o clube que existe há aproximadamente 30 anos e, inclusive, realiza trabalhos sociais com crianças e jovens da comunidade.

Além disso, temos certeza que se a direção da Petrobrás tivesse esboçado algum tipo de reação contrária essa desapropriação não teria acontecido.

Dirigentes dos Cepes devem ficar atentos

Os dirigentes e sócios dos outros clubes recreativos da Petrobrás devem ficar alertas, pois tudo indica que a estatal viu na venda desses clubes mais um “grande negócio”.

Na lógica de Bolsonaro/Guedes qualquer clube da Petrobrás pode ser objeto de especulação imobiliária, principalmente aqueles localizados nas regiões, onde as unidades da estatal estão sendo vendidas como os Cepes Mataripe, Stella Maris, entre outros.

Apesar do investimento inicial, com a compra do terreno e obras preliminares, ter sido feito pela Petrobrás, desde 1992 que a estatal deixou de investir significativamente nesses clubes. Todas as benfeitorias (e foram muitas) foram frutos dos esforços das direções e dos sócios dos Cepes.

O fato é a que a Petrobrás nunca se interessou por esses clubes, mas também não interferia na organização do lazer dos seus empregados. Agora, sob o governo Bolsonaro, o trabalhador, além das ameaças de demissão e das perdas de direitos, também não pode mais usufruir o lazer com seus familiares.

A direção do Sindipetro Bahia repudia mais essa ação autoritária da atual gestão da Petrobrás e chama a atenção dos dirigentes dos clubes para que fiquem vigilantes e também não sejam pegos de surpresa com a extinção dos Cepes.

[Da imprensa do Sindipetro Bahia]