Atingidos por barragens participam de mobilizações em 14 estados

Desde o início da semana, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza mobilizações que fazem parte da Jornada de Lutas do 14 de março, Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, Pelos Rios, Pela Água e Pela vida. Governos estaduais de Minas Gerais e Ceará se comprometeram em criar uma Política Estadual de Direitos para os Atingidos por Barragens. 

Milhares de atingidos saíram às ruas em 14 (SP, RO, PA, RS, SC, PR, BA, PI, PB, CE, MG, DF, MT, TO)estados para denunciar as violações de direitos sofridas nas construções das barragens e para cobrar uma Política Nacional de Direitos para as Populações Atingidas por Barragens (PNAB). Juntamente com outros movimentos e organizações, o MAB também denunciou o aumento abusivo das contas de luz, e saiu em defesa da Petrobrás, da Reforma Política através de uma Constituinte e pelos direitos dos trabalhadores.

A Jornada, que teve iniciou com atos na terça-feira (10), se estenderá até amanhã, dia 13, com a mobilização nacional em defesa da Petrobrás, da Constituinte e por Direitos. Já foram confirmados atos em 25 capitais brasileiras.

Os atingidos por barragens denunciam o atual modelo energético brasileiro que favorece às grandes empresas do setor elétrico e penaliza o consumidor que paga caro por uma energia com um baixo custo de produção.

Confira o resumo das mobilizações:

São Paulo

Na tarde desta quinta-feira (12), cerca de mil camponeses organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação da Agricultura Familiar (FAF) e Movimento dos Pequenos Agricultores, além de integrantes do Levante Popular da Juventude e da CUT, realizaram um “escracho” em frente ao banco HSBC, na Avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo do protesto é denunciar a instituição financeira pela participação em diversos escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro. 

Momentos antes ao “escracho” ao banco HSBC, os manifestantes protestaram em frente a sede da Secretaria Geral da República, também localizado na Avenida Paulista. Uma comitiva dos movimentos sociais se reuniu com representantes da Secretaria Geral da Presidência e entregaram uma pauta de reivindicações.

Rondônia

Já na terça-feira (10), cerca de 300 atingidos ocuparam a sede da Eletrobrás em Porto Velho, capital de Rondônia. Os manifestantes denunciaram o atual modelo do sistema elétrico brasileiro, responsável por crescentes aumentos nas tarifas de energia elétrica e por sistemáticas violações de direitos humanos na construção de barragens. Foi realizada uma reunião com o diretor-presidente, Luis Marcelo Reis de Carvalho, na qual foi entregue uma pauta com as reivindicações do MAB. 

Na quinta-feira (12) cerca de 800 mulheres da Via Campesina protestaram em frente ao Palácio do Governo do Estado, em continuidade às ações do dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. As camponesas exigem melhorias na educação, saúde e mais terras, além de defender a Petrobrás e a Constituinte para a Reforma Política.

Pará

Cerca de 300 atingidos pela barragem de Belo Monte ergueram acampamento na quarta-feira (11), em frente à sede da Norte Energia, dona da hidrelétrica, na cidade de Altamira (PA). Os manifestantes, organizados no MAB, só deixarão o local quando a empresa atender à pauta de reivindicações.

Rio Grande do Sul

Na quarta-feira (11), mais de 4 mil camponesas e camponeses realizaram uma marcha, no centro de Porto Alegre (RS). A mobilização reivindica a realização da reforma agrária popular, a garantia da soberania alimentar, o reconhecimento dos direitos dos atingidos por barragens e a criação de políticas públicas para a agricultura camponesa.

Após marchar pelas ruas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, camponeses da Via Campesina ocuparam, na tarde desta quarta-feira (11), a sede da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Movimentos sociais exigem o cancelamento imediato dos aumentos nas contas de luz, que sofreram reajuste de 37% da CEEE.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, cerca de 4 mil pessoas, entre mulheres, homens e jovens do campo e cidade, saíram às ruas na quarta-feira (11) pela  Soberania Alimentar, contra a Violência e contra o Agronegócio . As mobilizações foram organizadas pelos Movimentos Sociais, Pastorais Sociais e Fetraf-Sul. Os movimentos também pedem o cancelamento dos aumentos das contas de energia elétrica, em defesa da Petrobrás e do petróleo Brasileiro e pela Reforma Política.

Paraná

Nesta quarta-feira (11), cerca de 2 mil pessoas do sudoeste do Paraná saíram às ruas de Francisco Beltrão em defesa da Petrobrás, dos direitos dos trabalhadores, e da Reforma Política com participação popular. A mobilização faz parte da “Jornada Nacional Unitária de Lutas dos Trabalhadores do Campo e da Cidade”.

Bahia

Na manhã de quarta feira (11), 500 atingidos ocuparam a sede regional do Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), no município de Santa Maria da Vitória, na Bahia. Simultaneamente à ocupação, atingidos da região do Submédio São Francisco trancaram a BA-210, principal corredor rodoviário entre Sento Sé, Juazeiro e Paulo Afonso. No final do dia, militantes do MAB foram recebidos em Salvador por representantes do governo, que prometeram abrir um canal permanente de diálogo com o movimento.

CearáAtingidos por barragens participam de mobilizações em 14 estados

Na quarta-feira (11), o MAB, juntamente com outros movimentos sociais que compõem a Via Campesina (MST, LPJ, MPP) ocuparam a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, em Fortaleza, com cerca de 600 trabalhadores rurais.

Distrito Federal

Na tarde de quarta-feira (11), uma comissão composta por 20 atingidos pelos projetos de Gorotuba e Jequitaí, na região do norte de Minas Gerais, reuniu-se com coordenadores da empresa CODEVASF para apresentarem sua pauta de reivindicações.

Minas Gerais

Na quarta-feira (11) foi realizada Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG para debater a situação dos atingidos no estado. À noite, o MAB se reuniu na noite desta quarta-feira (11) com Mauro Borges, presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Mauro Borges elogiou a proposta e afirmou que “a criação de uma Política Estadual para os atingidos facilitará o trabalho da empresa”. 

Fonte: MAB