“Entregar o Pré- Sal é abrir mão da soberania brasileira, da saúde e da educação”, afirma o coordenador da FUP

A abertura do “II Seminário Nacional: Energia, Educação e Indústria no Brasil” contou com a participação da FUP, diversos sindicatos, trabalhadores do setor elétrico, engenheiros, metalúrgicos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a juventude organizada, além de representantes dos seguintes países, incluindo o Brasil: Honduras, Panamá, México, Colômbia, País Basco, Chile e Canadá.

Durante a primeira mesa, o professor Carlos Vainer (UFRJ / IPPUR) afirmou que a questão da energia está diretamente ligada à questão da educação e do petróleo. Além disso, disse que, apesar de cada setor acreditar que o principal objetivo do governo golpista é privatizar uma parte específica dos bens públicos, a verdade é ainda mais dura. “A estratégia principal do governo golpista é privatizar tudo, sem exceção. E há uma burguesia que, em bloco, apoia essas medidas”, desta maneira, distanciam ainda mais o Brasil da sonhada conquista da soberania.

O coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Zé Maria, denunciou que há uma relação estratégica entre o governo golpista e entreguista, que já planeja um leilão do Pré-Sal para o início do ano que vem, em 2017, com os Estados Unidos. “Nada relacionado ao petróleo é da noite para o dia. Assim, não é à toa que eles querem entregar nosso Pré-Sal em 2017, mais sete anos, chega em 2024. E quem está no comando sabe que é justamente em 2024 que os EUA terão necessidade do petróleo. Ou seja, há uma forte motivação para que este governo queira entregar nosso patrimônio aos estadunidenses.

Além disso, o coordenador da FUP frisou que todos os brasileiros “têm obrigação de saber o que é Pré-Sal e devem lutar por ele”. Devemos saber que quem deseja entregar o Pré-Sal às multinacionais é inimigo do povo, pois prejudica umas das últimas oportunidades de o povo brasileiro alcançar sua soberania, com saúde e educação”.

O ex-presidente da Petrobrás, o professor José Sergio Gabrielli (UFBA), analisou que as estimativas e os impactos sobre a Petrobrás mudaram completamente após o governo golpista assumir: “cerca de 150 mil postos de trabalho foram exterminados. Além disso, os gastos em investimentos da Petrobrás, que eram sempre aplicados no Brasil, são atualmente investimentos internacionais, que beneficiam apenas países estrangeiros. Na mesma linha de Gabrielli, outro membro da mesa, Paulo Cayres (CNM), também ressaltou a gravidade da questão do desemprego e da diminuição das vagas de trabalho, que vêm abatendo intensamente o Brasil.

Por fim, o professor Igor Fuser (UFABC) também apontou para a relação próxima entre o atual governo brasileiro e os Estados Unidos. “Este golpe significa o realinhamento do nosso país com os EUA. Em pouquíssimos momentos da nossa história, o Brasil esteve tão alinhado com os interesses estadunidenses”.