Vazamento de informações revela relações perigosas de Pedro Parente com a mídia

Em nota divulgada quinta-feira, 08, a Petrobrás confirmou que concluiu as negociações para venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária que controla a maior malha de gasodutos da empresa. O fato já havia sido anunciado pela imprensa dois dias antes. O jornal Valor revelou que a informação privilegiada foi obtida através de “uma fonte com conhecimento da transação”.

Desde que assumiu a presidência da Petrobrás, Pedro Parente vem recorrendo à imprensa para anunciar propostas e ventilar intenções em relação à empresa e até mesmo aos trabalhadores. Não foi à toa que escolheu a dedo para assessora-lo uma jornalista da área econômica que já passou por veículos como Veja, Folha, Estadão, O Globo e Valor, jornal onde assinava uma coluna até pouco tempo atrás.  

Usar a mídia como canal de apoio ao projeto de desmonte da Petrobrás, apesar de questionável, é uma estratégia da gestão da empresa. O que é inadmissível é a imprensa ter acesso a decisões internas da companhia, inclusive, aquelas que são relevantes para o mercado e que deveriam obedecer às regras de confidencialidade. É ainda mais preocupante o fato da mídia divulgar como certa uma transação comercial que sequer foi submetida à decisão do Conselho de Administração.

  • Leia aqui o posicionamento da FUP sobre a venda da NTS/TAG

 

Que interesses representa a conselheira eleita?

Se depender da conselheira que ocupa a vaga dos trabalhadores no CA da Petrobrás, o desmonte da empresa seguirá de vento em popa. É praticamente previsível qual será o voto dela na reunião do Conselho que decidirá sobre a venda da NTS. Basta tomar como base a sua posição na decisão sobre a venda de Carcará para a Statoil pela bagatela de um terço do valor estimado. Em vez de defender o patrimônio da Petrobrás, ela foi a favor dos gestores e permitiu que a empresa abrisse mão de sua participação em uma das principais áreas do Pré-Sal.

Com argumentos estapafúrdios, a conselheira eleita justificou o injustificável: “Votei favoravelmente à venda de BM-S-8 por considerar que trata-se de bloco exploratório com apenas 3 poços perfurados e muitas incertezas ainda permeiam esse projeto”, declarou em seu blog, na contramão do que dizem os especialistas, cujas estimativas são de que Carcará pode alcançar 6 bilhões de barris de óleo recuperáveis.

A petrolífera norueguesa, que ganhou esse bilhete premiado, agradece à conselheira eleita. “Por meio dessa aquisição, nós estamos tendo acesso a um ativo de primeira classe e fortalecendo nossa posição no Brasil, uma das áreas consideradas chave para a Statoil devido ao grande volume de recursos e à sintonia perfeita com nossas tecnologias e nossa capacidade de execução. O campo de Carcará irá aumentar significativamente os volumes produzidos internacionalmente pela Statoil a partir da década de 2020”, anunciou a companhia em sua página na internet.

FUP