Em Seminário de Greve, petroleiros debatem novas formas de mobilização para barrar retrocesso na Petrobrás

Após os petroleiros rejeitarem massivamente por duas vezes consecutivas as propostas da Petrobrás para o Termo Aditivo do Acordo Coletivo de Trabalho, a FUP e seus sindicatos estão reunidos nesta segunda e terça-feira, em Campinas (SP), para discutirem novas formas de mobilização no Seminário Nacional de Qualificação de Greve, que reúne cerca de 60 lideranças de vários estados do país. 

Na quarta-feira, 09, as representações sindicais irão discutir os próximos passos da campanha salarial durante o Conselho Deliberativo da FUP.

Em documento enviado à Petrobrás na sexta-feira, 04, a entidade, que representa 13 sindicatos, cobrou a retomada imediata das negociações para busca de uma nova proposta econômica, que atenda às reivindicações da categoria.

Os petroleiros ja aprovaram nas assembleias a intensificação das mobillizações para pressionar a empresa a recuar na redução de direitos e arrocho salarial.

No primeiro dia do Seminário de Qualificação de Greve, o debate gira em torno dos desafios da classe trabalhadora frente ao atual cenário político e econômico.

O professor de Relações Internacionis da Universidade Federal do ABC, Igor Fuser, que participou do seminário na parte da manhã, ressaltou a importância estratégica do petróleo na geopolítica mundial. 

“Em 2040, a humanidade estará consumindo 120 milhões de barris de petróleo por dia, ou seja 30 milhões a mais. Em 2040, os combustíveis fósseis, ainda, representarão 78% da matriz energética mundial. Reduzindo apenas 8% por causa das fontes de energia renováveis. Isso, demonstra que mesmo daqui há 24 anos, principalmente, o Petróleo e Gás continuarão tendo importância na geopolítica mundial e, por isso, essas reservas estão sendo muito disputadas pelas transnacionais que perderam espaço nos últimos 46 anos para as empresas públicas e estatais”, afirmou.

Já o técnico do Dieese, Victor Pagani,  destacou os ataques que os trabalhadores estão sofrendo no Brasil. “Com o governo golpista, ocorre uma judicialização da política, com o poder judiciário se sobrepondo aos outros poderes. Soma-se a isso as privatizações e tentativas de regulamentar a terceirização”, apontou. Ele também fez um breve resumo das principais negociações salariais deste ano. “Em 2012, mais de 98% das categorias no país tiveram reajuste acima da inflação. Em 2016, até o momento, apenas 23% das categorias tiveram ganho real nas negociações coletivas”, comentou.

Na parte da tarde, os petroleiros iniciaram os trabalhos em grupo para discutir as propostas de mobilização apontadas pela categoria nas assembleias de base.

FUP