O petróleo é alimento para a população

A assembleia geral extraordinária dos acionistas da Petrobrás aprovou a venda de 90% da participação acionária detida pela companhia na Nova Transportadora do Sudeste (NTS) pelo valor de US$ 5,194 bilhões, para o fundo Nova Infraestrutura Fundo de Investimento em Participações, gerido pela Brookfield Brasil Asset Management Investimentos Ltda, como parte do processo de desinvestimento, conduzido pela atual gestão entreguista de Pedro Parente. Também no encontro, foi aprovado o nome de Marcelo Mesquita de Siqueira Filho como conselheiro, representando os acionistas minoritários da Petrobrás.

Durante a participação na assembleia, a FUP, além de votar contra a recondução do então representante dos acionistas minoritários no Conselho de Administração da Petrobrás, apresentou um relatório sobre a atual conjuntura da estatal: com os desinvestimentos realizados, e a aceleração do processo de venda, incluindo empreendimentos e setores de distribuição, termelétricas, fertilizantes e exploração em campos terrestres, principalmente em áreas mais maduras.

O conselheiro eleito, Marcelo Filho, afirmou que a produção de petróleo é nada mais do que a produção de qualquer tipo de alimento, desvalorizando, assim, o nosso patrimônio público e a Petrobrás. Segundo Marcelo, o importante é apenas a saúde e educação, ignorando os recursos naturais brasileiros que servem de investimento para a população.

A FUP denunciou a estratégia utilizada pela empresa de reavaliar os valores de seus ativos, rebaixando-os, para entregá-los às empresas estrangeiras, com valores abaixo do preço. Um exemplo que pode ser citado é a venda dos campos de produção terrestres, que possuem a expectativa de 257 milhões de barris de óleo equivalente em reservas provadas, enquanto a estimativa da venda é de, no máximo, US$200 milhões. Assim, a empresa está vendendo, em média a US$1,00 por barril.

A atual gestão da Petrobrás, além de entregar o nosso patrimônio, conduz uma política que tenta reduzir o volume da dívida via venda de ativos, sem considerar os prejuízos a longo prazo. Todos saem perdendo: a empresa, os trabalhadores e a sociedade.