Temer anuncia rombo de R$ 159 bi, amplia desmonte do Estado e empurra bomba fiscal para o próximo governo

Após vários adiamentos, o governo golpista finalmente anunciou, nesta terça-feira (15), o tamanho de sua incompetência: vai aumentar a meta para o déficit fiscal de 2017 de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. A previsão para 2018 também subiu de R$ 129 bi para R$ 159 bi. E para 2019, aumentou de R$ 65 bi para R$ 139 bi. Também houve o adiamento da perspectiva de superávit nas contas do governo, de 2020 para 2021.

Junto com o anúncio do rombo, o governo anunciou uma série de ataques ao funcionalismo federal: praticamente congelou seus salários até 2019, aumentou alíquotas da Previdência de servidores e vai eliminar 60 mil vagas que estão em aberto, para “economizar” R$ 7,9 bi e aprofundar o desmonte do Estado.

O jornalista Kennedy Alencar lembrou que “o governo seguinte receberá uma bomba fiscal, porque dificilmente a atual administração aprovará uma reforma da Previdência que evite que a regra de teto de gastos paralise o Executivo. A tarefa do próximo governo será ainda mais dura. Sem uma reforma da Previdência relevante, a regra do teto de gastos se transformará numa armadilha para o próximo presidente”, afirma. 

 

O colunista diz também que a ala política política do governo, que chegou a defender déficit de R$ 170 bilhões, não acredita que haverá receitas para cumprir os números defendidos pela equipe econômica. “Essas metas já nascem cercadas de dúvida em relação ao seu realismo. Foram adotadas como forma de dar uma satisfação ao mercado financeiro e evitar abalar ainda mais a credibilidade da equipe econômica. A demora para o anúncio e o questionamento da ala política enfraqueceram Meirelles e a equipe econômica, que não entregaram o ajuste fiscal prometido”, afirma. 

 

Leia na íntegra a análise no Blog do Kennedy

O presidente da CUT, Vagner Freitas, também já havia antecipado com precisão o tamanho do rombo, em artigo publicado na quinta-feira (10). Nele, Vagner denunciou a “política econômica desastrosa “ do governo ilegítimo de Michel Temer, afirmando que o rombo é uma demonstração de “má-fé e incompetência”.

A presidenta Dilma Rousseff também reagiu ao anúncio do rombo fiscal do governo Temer. Ela alerta que a política de Temer e Meirelles vai levar à “paralisia da máquina federal e a depressão da atividade produtiva”.

Leia a seguir a íntegra da nota:

A FRAUDE DA META FISCAL

Antes do golpe, meu governo previa déficit de R$ 124 bi para 2016 e de R$ 58 bilhões para 2017, que seriam cobertos com redução de desonerações, a recriação da CPMF e corte de gastos não prioritários.

Após o golpe, a dupla Temer-Meirelles, apoiada pelo “pato amarelo”, que não queria saber da CPMF por onerar os mais ricos, inflou a previsão de déficit para R$ 170 bi, em 2016 e R$ 139 bi, em 2017.

Os golpistas calculavam ganhar uma grande folga para facilmente cumprir a meta e, com isso, fazer a população acreditar numa competência que eles não tinham.

Eis que a verdade vem à tona e se descobre que nem mesmo a meta de déficit de R$ 139 bi eles conseguirão cumprir.

Agora, querem ampliar o rombo para R$ 159 bi. Mas não vão parar por aí. Com mão de gato, aumentarão o déficit, no Congresso, para R$ 170 bi.

Juntam a fome com a vontade de comer, pois os parlamentares que apoiam o governo golpista vão ajudar a aumentar ainda mais o rombo.

Querem mais dinheiro para emendas, enquanto as despesas para educação estão menores do que em 2015 e os investimentos em valores menores do que em 2010.

O que já era mentira, virou escândalo. O que era abuso, virou catástrofe. O que era esperteza, virou caos nas contas públicas.

O resultado será a paralisia da máquina federal e a depressão da atividade produtiva. Ou seja: mais estagnação econômica e menos serviço público para quem precisa.

Dilma Rousseff

Com informações da CUT e do Blog do Kennedy