Grevistas de fome fazem ocupação simbólica do STF para exigir Justiça

 

Os sete integrantes de movimentos populares do campo e da cidade que deflagraram greve de fome há 24 dias foram recebidos ontem (22/08) no Supremo Tribunal Federal (STF) para que expusessem suas demandas. Os grevistas passaram parte da tarde e da noite de quarta-feira, na Corte. Ao final do dia, porta-vozes do protesto afirmaram que a data significou uma ocupação simbólica do órgão. Chegando ao Supremo por volta das 15h, os grevistas foram recebidos pela chefe de gabinete do ministro Luis Roberto Barroso.

Kelli Mafort, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acompanhou os grevistas e afirmou, ao final do dia, que foi exposto o compromisso político de combater o retorno da fome e da miséria ao país, bem como a visão de que a candidatura Lula representa para a população a esperança para superar tal situação.

“Fomos recebidos por esta representante do ministro Barroso. Colocamos nosso pleito principal da greve de fome. Ela anotou e ficou com o compromisso de levar até o ministro Barroso”, afirmou Kelli.

Durante a tarde, houve expectativa de que os grevistas seriam recebidos posteriormente pelo próprio Barroso, o que não se concretizou. Segundo Mafort, um encontro presencial com o ministro deve ser novamente pleiteado. Após o fim da sessão de julgamentos do STF nesta quarta-feira, a ministra Rosa Weber recebeu a comissão dos grevistas de fome.

“Fomos muito bem acolhidos. Colocamos nossa mensagem: nós, brasileiros e brasileiras, através dessa ação dura, mas corajosa, não desistiremos do país. Estamos lutando para que não haja uma volta radical da fome e a miséria não se expanda. E para que sejam garantidos os direitos democráticos. Na nossa visão, nós ocupamos hoje o Supremo Tribunal Federal”, avaliou Mafort.

Segundo a militante do MST, os grevistas pediram que a ministra Rosa Weber, no caso de uma decisão, vote de forma “consciente” tendo em vista a realidade do povo brasileiro.

Os grevistas exigem que o STF coloque em sua agenda de votações a Ação Declaratória de Constitucionalidade 54, que pede a revisão da posição da Corte sobre a possibilidade de prisão apenas após condenação em segunda instância.

Quando da votação de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Barroso, conhecido por seu alinhamento à Lava Jato, votou a favor da prisão após segunda instância. Já a ministra Rosa Weber declarou ser contrária à possibilidade, mas considerou que a posição do Supremo, assumida em 2016, não poderia ser revista em um caso específico.

Cabe à Presidência do STF, hoje ocupada por Cármen Lúcia, determinar que a ADC vá a julgamento, já que o relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello, já finalizou seu voto.

Novo ato nesta quinta

A Frente Brasil Popular convocou os militantes para Ato inter-religioso nesta quinta-feira, 23 de agosto, a partir das 18h, em Frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“A luta e resistência por justiça continuam, em apoio aos nossos companheiros e companheiras em Greve de Fome há 24 dias”, divulgou a Frente.

A mobilização cobra o cumprimento da exigência do Comitê de Direitos Humanos da ONU enviado ao Estado brasileiro para que, tome as medidas necessárias para que Lula tenha seus direitos políticos assegurados nas eleições presidenciais, pela Liberdade de Lula e contra a volta da pobreza e miséria a vida do povo Brasileiro.

[Com informações do Brasil de Fato]