Haddad defende política de conteúdo local e retomada da indústria naval

 

Fernando Haddad, candidato a vice-presidente pelo PT na chapa do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta terça-feira, 28, a política de conteúdo local na indústria de petróleo e gás. Em um ato de campanha no Estaleiro Aliança, em Niterói, na região metropolitana do Rio, ele afirmou que o desmonte promovido pelo governo ilegítimo de Temer e do PSDB na indústria naval brasileira é responsável por milhares de desempregados no setor e pode significar o fim dos estaleiros no país.

“Uma comunidade inteira desempregada por causa de uma lei, que dispensa o componente nacional e acabou exportando os empregos para a Ásia. Lá estão sendo feitos navios e plataformas. É devastador”, lamentou.

Segundo Haddad, mudanças nas políticas de conteúdo local e nas decisões de investimentos da Petrobrás, feitas pelo governo Temer, levaram à contratação de navios e plataformas com fornecedores “da Ásia”

A crise instalada na indústria naval se deve à mudança na legislação que diminuiu a porcentagem de conteúdo nacional obrigatório na indústria petrolífera, aliada à mudança na tributação que baixou alíquotas de importação e facilitou que navios e plataformas sejam comprados no exterior. Desde a descoberta do pré-sal, a porcentagem mínima de conteúdo nacional era de 65% na primeira fase e de 70% na segunda etapa do programa.

Na prática, isso significava que, a cada R$ 100 aportados na construção de um navio, R$ 65 tinham que ser gastos, obrigatoriamente, no Brasil. Temer baixou para 40% e agora quer diminuir para 20% esse percentual, segundo Haddad. “Se continuar essa política, será o fim dos estaleiros. Até 2020, não haverá um emprego em estaleiro no país.”

Haddad ressaltou a importância do marco legal da Petrobras. “Com a Petrobras, você centraliza as encomendas e cria indústria. Ou terceiriza e os empregos vão pra fora. É toda uma estrutura de mercado que estamos perdendo. Não é só um estaleiro”, disse.

O candidato a vice lembrou que o Brasil tinha uma das maiores indústrias navais do mundo graças aos investimentos dos governos do PT, incluindo a descoberta do pré-sal. O país poderia estar hoje exportando navio e plataforma. “Mas não. Deram o golpe na Dilma, para deixar empresas estrangeiras explorar nossa riqueza sem dar satisfação. Desmontaram um paraíso de empregos, oportunidades e educação.”

O ex-ministro da Educação de Lula disse que a maior revolução que o povo pode fazer é apertar na urna o número certo. “No dia 7 de outubro, o povo tem um candidato testado e aprovado, um time testado e aprovado, para retomar o país para o povo. Então, é Márcia Tiburi, 13 é Lula 13. Vamos ganhar para retomar o Brasil. Nós já governamos, sabemos como faz. Lula tem 50 anos de estrada. Reviraram a vida dele e não acharam nada. Armaram pro cara não ser candidato. Se a gente batalhar, a gente ganhar a eleição, o Lula sobe a rampa do planalto e o Brasil ser feliz de novo.”

Na visita também estavam presentes a candidata do PT ao governo do Rio, Márcia Tiburi, o coordenador licenciado da FUP, José Maria Rangel, que disputa a vaga de deputado federal pelo PT/RJ, as deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT) e o presidente do PT do Rio, Washington Quaquá. Márcia Tiburi afirmou também que na época de Lula o país tinha emprego e desenvolvimento econômico para todas as classes. “Essa comparação, as pessoas estão fazendo. Agora, não tem mais salário e não tem emprego.”

[Com informações do portal lula.com.br | Foto: Nathália Gregory]