Benzeno não é flor que se cheire!

 

Nesta sexta-feira, 5 de outubro, Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno, os petroleiros estarão junto com várias outras categorias, conscientizando os trabalhadores sobre a importância de combater a exposição a esse produto químico, presente na indústria petrolífera e que é altamente cancerígeno.  Para alertar a categoria sobre os riscos a que estão expostos diariamente, os representantes da FUP, junto com a Bancada dos Trabalhadores na Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz), produziram um jornal que será distribuído nas principais unidades do Sistema Petrobrás.

“Os ataques aos trabalhadores pelo governo golpista Temer (MDB) vêm se dando em várias frentes. A aprovação da reforma trabalhista (Lei 13.467), da terceirização e da Emenda Constitucional 95 que congela os investimentos por 20 anos nas áreas de saúde, educação e segurança são exemplos dos golpes praticados contra os trabalhadores”, alerta o informativo.

A Bancada dos Trabalhadores na CNPBz denuncia o esvaziamento da Comissão e o descaso do governo em combater a exposição ao benzeno. O informativo lembra que a 77ª reunião da Comissão, que aconteceria em Salvador, entre os dias 29 e 31 de agosto, foi cancelada pelo Ministério do Trabalho devido à falta de recursos federais.

“A CNPBz é um fórum tripartite, composto por representações dos trabalhadores, do governo e dos patrões, para acompanhar, fiscalizar e buscar soluções de problemas referentes ao cumprimento do Acordo Nacional do Benzeno, que regulamenta o controle da exposição de trabalhadores a essa substância que é altamente cancerígena. A Bancada dos Trabalhadores lamenta profundamente a falta de interesse do governo golpista na agenda que discute saúde e segurança do trabalhador. Com isso, ficou prejudicada a programação anual que debate temas importantes sobre os malefícios do benzeno na vida laboral dos trabalhadores e os efeitos danosos ao meio ambiente”, destaca o jornal.

Kappra, presente!

O Dia Nacional de Luta contra a Exposição ao Benzeno foi criado em homenagem ao técnico de operações Roberto Kappra, da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, que faleceu em 5 de outubro de 2004, vítima de leucemia mieloide aguda, doença ligada à exposição ao benzeno. Kappra trabalhou 11 anos na refinaria e morreu aos 36 anos, 22 dias após serem detectados os primeiros sintomas da doença. Na época, a Petrobrás se recusou a reconheceu o nexo causal e a CAT só foi emitida tempos depois. A história de Kappra tornou-se símbolo da luta contra a exposição a essa substância altamente cancerígena.

Os trabalhadores de toda a cadeia produtiva do petróleo e siderurgia, assim como os dos postos de combustíveis – estes não estão incluídos no Acordo do Benzeno – são altamente afetados pela exposição ao agente químico.

[FUP]