Nosso laranja significa resistência

 

No mesmo dia em que milhões de brasileiros e brasileiras foram às ruas em defesa da educação e da previdência, a atual gestão da Petrobrás tentou calar dirigentes sindicais e quis proibir os legítimos representantes dos trabalhadores e verdadeiros defensores da empresa, de usar os jalecos laranja com o logo da BR. Incomodada, a atual gestão alega que o uso do jaleco nas manifestações em defesa da soberania, fere a reputação da Petrobrás e, durante apresentação com recomendações voltadas para o uso marca cita o código de conduta, numa tentativa de calar quem realmente defende a companhia.

José Maria Rangel, coordenador da FUP, esclareceu imediatamente a todos presentes à reunião que na verdade, quem fere o código de conduta é o atual presidente da empresa, que em entrevista recente afirmou seu desejo de vender toda a empresa. Falou também existir uma quadrilha dentro da Petrobrás, insistindo em associar a Petrobras à corrupção. José Maria, afirmou que remoer o discurso da corrupção em nada ajuda a melhorar a imagem da companhia e que, com esta tática, a atual gestão da empresa tenta esconder seu real objetivo, que é vender a Petrobrás. Acrescentou ainda, “ferir código de conduta é fazer assembleias (AGO) para referendar a transferência de 2,5 bilhões de reais para criar um fundo privado com dinheiro público.” E delegar (AGE) aos iluminados do conselho de administração o poder de decidir sobre a entrega do patrimônio público.

Ferir o código, é mentir aos acionistas e não fornecer informações sobre os acordos que foram feitos com a justiça americana e em que base foram feitos. A atual gestão, divulga exageradamente o quanto recuperou de dinheiro, mas não diz que muito mais já foi pago à comissão de valores imobiliários americanos. São fatos e dados que demonstram que a lava-jato se tornou uma máquina de retirar recursos da Petrobrás. Mas, o mais grave é ainda a falha cometida por quem está à frente da empresa que insiste em colocar a sociedade e a opinião pública contra a Petrobrás por causa da política de preços equivocada adotada para os combustíveis, que só prejudica a população, isto sim é ferir o código de ética.

Segue então o recado dos dirigentes sindicais sobre o uso da marca: nós vamos continuar usando o jaleco porque nós temos orgulho em trabalhar na Petrobrás e de defender a empresa. Foi este uniforme, símbolo da categoria que levantou o moral dos petroleiros e fez com que voltassem a ser respeitados quando iniciaram os ataques para destruir a empresa. Tentaram nos calar, mas não conseguiram, pois, nosso jaleco laranja é símbolo de resistência. Nosso laranja é de luta, diferente do laranja da família do atual presidente do país, que representa o dinheiro que precisam lavar.