Para sindicalistas, greve de petroleiros é inevitável e ocorrerá em breve

 

A construção de uma grande greve petroleira deverá ser o principal resultado da VIII Plenafup (Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros), que começou hoje e segue até o próximo domingo, em Belo Horizonte. Na avaliação dos sindicalistas, não haverá outra maneira de impedir o conjunto de ataques aos direitos dos trabalhadores que está sendo proposto pela Petrobrás e pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Esse governo vem com uma posição muito truculenta em relação a todos os trabalhadores e em especial aos trabalhadores da Petrobrás. Na primeira reunião de negociação a empresa já deu o cartão de visita dela, veio rasgando mais de 60% do nosso Acordo Coletivo”, afirma o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.

Felipe Pinheiro, coordenador de comunicação do Sindipetro-MG, o sindicato anfitrião da plenária, também destaca a preocupação da categoria com as privatizações, lembrando a venda de refinarias e, especialmente, da Regap (Refinaria Gabriel Passos), na região metropolitana de Belo Horizonte.

“Aqui em Minas estamos no olho do furacão, com o anúncio da venda da Regap sendo incluída entre as oito refinarias que a Petrobrás quer privatizar, e acabamos de passar por um processo muito doloroso que foi o crime da Vale em Brumadinho, então a gente entende que Minas Gerais é um local importante para fazer o debate e mostrar a nossa força”.

Greve a caminho

Bezerra considera inevitável que os petroleiros entrem em greve dentro de pouco tempo, admitindo que a plenária acaba, na prática, assumindo um caráter de seminário de greve.

“A gente não pode dispensar os nossos seminários regionais, mas sem dúvida esse clima mostra que a obrigatoriedade de a categoria petroleira fazer uma greve é certa. A gente vai debater isso aqui também, cada um com a sua especificidade, os seminários regionais vão acontecer também , mas esse ano vai enfrentar, sem dúvida, uma greve muito dura”, explica.

O diretor do Sindipetro-MG, concorda: “é uma coisa que a gente esperava . A entrega antecipada da pauta foi uma análise correta da FUP e seus sindicatos porque a gente já estava esperando que ia vir bomba para o acordo coletivo. O momento de estar tanta gente aqui, do Brasil inteiro, é de afinar a viola e pensar estratégias de luta nesse próximo período incluindo o ACT e para barrar a privatização da Petrobrás”, afirma Pinheiro.

A Pauta de Reivindicações da categoria petroleira foi entregue à Petrobrás na semana passada. Os trabalhadores reivindicam a prorrogação do atual acordo por mais dois anos. A empresa, por sua vez, apresentou uma lista de cortes que deseja fazer no acordo.

Imprensa do Sindipetro-NF |Foto: Arthur Varella (Sindipetro-RN)