Situação dos trabalhadores da EXP é tema de reunião

 

Nesta segunda-feira, 10, a direção da Federação Única dos Petroleiros e representantes de seus sindicatos participaram da reunião com a gerência de Exploração, da Petrobrás, onde entregaram um carta dirigida ao Gerente Executivo da EXP, Mario Carminatti, em nome de todos os trabalhadores da Exploração lotados nas UO em todo o Brasil.

Nessa carta, a força de trabalho coloca sua disposição e compromisso para continuar contribuindo para engrandecer a Petrobrás, vencer os grandes desafios de repor as reservas, mas ressalta que tudo isso é possível realizar sem a centralização física das pessoas, considerando os recursos tecnológicos disponíveis.

É lembrado no documento que a estrutura familiar se modificou ao longo dos anos e que na maioria dos casais, os dois trabalham fora com suas carreiras estabilizadas, e essa mudança gera grande impacto nas famílias, comprometendo essa estrutura. O documento ainda destaca a gestão humanizada de pessoal que a companhia predominantemente adotou até o presente, permitindo a realização profissional e pessoal de seus trabalhadores, o que eleva o nível de satisfação e produtividade.

É ressaltada a relação de satisfação pessoal dos trabalhadores com a qualidade do trabalho, a produtividade e a criatividade, lembrando a lição aprendida pelos geocientistas quando ingressam na empresa: “o óleo está na cabeça do geocientista”

Após a leitura da carta, os representantes dos trabalhadores questionaram o porquê da necessidade da centralização física na cidade do Rio, uma vez que os impactos aos trabalhadores e suas famílias são consideráveis e que as tecnologias permitem que os trabalhos sejam integrados mesmo com os trabalhadores estando fisicamente distantes e, principalmente, considerando que a Petrobrás atingiu sua excelência e destaque mundial na estrutura atual.

Foram questionadas se essa centralização está motivada pela atual política de desinvestimentos e para atender às empresas “parceiras”, que também são concorrentes e cujos escritórios no Brasil se encontram na cidade do Rio de Janeiro.

Outra grande preocupação destacada pela FUP é relativa à transferência do conhecimento e know how para essas empresas, hipóteses descartadas pelo representante da EXP que acrescentou ainda os cuidados com as informações na área da EXP desde há muito tempo.

Foram ressaltados por representantes da FUP a grande integração interna das áreas da EXP, bem como da integração destas áreas com as áreas de Reservatórios nas UO, o que gera uma Sinergia entre os profissionais e um enriquecimento ímpar do conhecimento geológico/geofísico em ambas as áreas de atuação.

O representante da EXP colocou que a centralização na sede visa aumentar a sinergia e a massa crítica para tocar os grandes projetos que visam repor as reservas e que estão ofertando aos profissionais muito trabalho e novos projetos. Afirmou ainda que a Exploração continua investindo nos campos terrestres, principalmente novas fronteiras.

Foi destacado pelo representante da EXP que os cursos e tecnologias estão concentrados no Rio (SEDE e CENPES) e que as grandes descobertas foram realizadas na sede, campos gigantes e pré-sal, ou seja, as grandes oportunidades estão na cidade do Rio, mas foi lembrado pela representante dos empregados que esses limites foram criados pela empresa. Às UO foi estabelecido um limite de atuação (lâmina d´água no caso dos campos gigantes) que não permitia a pesquisa nas áreas das grandes descobertas assim como não eram permitidos os cursos presenciais (na UP ou externos) aos trabalhadores das UO em função de cortes de custos, portanto, a única limitação dos profissionais das UO era a imposta pelas políticas da empresa, nunca pela capacitação desses.

Os representantes da FUP solicitaram dados do contingente envolvido, quantos em cada UO, quantos estão elegíveis para o PDV, quantos a Exploração necessita na sede para tocar os projetos. São 459 profissionais, 172 elegíveis para o PDV, um número incerto inscrito no Mobiliza e não há um número ainda do quantitativo necessário para os projetos na sede.

Os representantes da FUP colocaram suas preocupações com a atual política de desinvestimentos da empresa, com a transferência do conhecimento para as empresas “parceiras” e com o futuro da Petrobrás e seus trabalhadores. 

Também reforçaram as preocupações com os impactos aos trabalhadores e seus familiares, ressaltando que boa parte do conhecimento geológico/geofísico poderá se perder na empresa, pois muitos profissionais sairão de sua área de atuação para manter-se na cidade onde estão, preservando seu núcleo familiar e qualidade de vida. A opção de deixar a área fim é considerada por vários profissionais com treinamentos bastantes especializados, representando incomensurável perda para a empresa e para o profissional. Considerando todos os impactos gerados, solicitaram que a EXP e sua área de RH busquem saídas que atendam aos trabalhadores e à empresa, considerando a possibilidade de manter Núcleos em algumas regiões e que também negocie ou busque nas UO vagas nas especialidades desses profissionais (que não querem/podem se mudar) para que o conhecimento seja retido na empresa, atendendo ao profissional e à empresa.