Sindipetro Bahia vai entrar na justiça para que Petrobrás informe valores do PRVE recebidos por cada gerente

 

A diretoria do Sindipetro Bahia solicitou, via Câmara Federal, através do deputado Joseildo Ramos (PT-BA), informações sobre o PRVE pago pela Petrobrás esse ano, entre elas o valor nominal que cada gerente geral, gerente executivo e diretor receberam.

Apesar de ser uma empresa pública e ter a obrigação de informar tais dados, a Petrobrás negou essa informação, mas deu outra muito importante.

A empresa acabou informando o total distribuído em 2019 a título da PLR de 2018, ainda fruto do acordo negociado com a FUP. A Companhia também informou o que foi pago a título de PRVE. Nos dois casos, os dados mostram o montante do pagamento feito para os trabalhadores e para aqueles que possuem cargos gerenciais.

Os números mostram uma enorme desproporção em relação aos gerentes e diretores  e ao restante da categoria.

No caso da PLR (R$1.410.330.934,82), 25% do valor total foram distribuídos para aqueles que têm cargo gerencial, enquanto 75% para todos os outros trabalhadores, inclusive para aqueles com nível superior.

Já no caso do PRVE (R$889.161.424,99), 45% dos recursos foram distribuídos para uma minoria, no caso os que possuem cargo gerencial, e 55% para aqueles que não ocupam cargo de chefia.

Além da distribuição dos recursos, a diferença entre a PLR e o PRVE é que no primeiro caso há regras e normas estipuladas em mesa de negociação entre a FUP e a direção da Petrobrás. Há, acima de tudo, transparência e a preocupação com uma divisão justa, reservando a maior parte do recurso para a massa de trabalhadores, aqueles que têm um salário menor, e a menor parte para aqueles, que são minoria e têm salários altos.

No PRVE, definido pela atual gestão da Petrobrás, não há transparência e o critério é inverso, privilegiando os que ganham bem.

O Sindipetro Bahia e a FUP são contra essa forma de distribuição de recursos. Defendemos a PLR nos mesmos moldes que funcionou até agora, negociado com as entidades sindicais, transparente e com a distribuição equilibrada dos recursos.

Diante da negativa da Petrobrás de fornecer os valores recebidos por cada gerente, o Sindipetro Bahia vai entrar com uma ação na justiça para que a estatal forneça esses dados, pois como uma empresa pública ela não pode esconder esse tipo de informação. “Se os gerentes não querem que a categoria saiba os valores que receberam a título de PRVE deveriam se demitir e pedir emprego na Shell. Mas enquanto estiverem na Petrobrás terão de compartilhar essa informação, que é pública”, ressalta o diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.

[Via Sindipetro-BA]