Quando o Brasil vira refém da ureia de outros países

 

Um cenário como este já era de se esperar e se faltavam exemplos do que é comprometer a soberania alimentar de uma nação, agora não faltam mais. A Acron, empresa Russa de fertilizantes das mais importantes do mundo, se juntou à estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos, a YPFB, para comercializar ureia (material derivado do gás natural usado para fazer fertilizantes) com a intenção de vender para o mercado brasileiro, mais especificamente para o Estado do Mato Grosso do Sul. Neste fim de semana, 17, a Acron comunicou ao governo do estado que o fornecimento de ureia está interrompido em decorrência da crise na Bolívia.

De acordo com o secretário de Estado de Produção e Meio Ambiente Jaime Verruck, a situação é preocupante, a estimativa para este ano era que somente Mato Grosso do Sul importasse 400 mil toneladas de ureia e no entanto ficou sem ureia exatamente na época de plantio da safra. O impacto econômico é negativo para as empresas que já firmaram contratos, mas afeta também o Brasil que deixa de receber a ureia necessária ao agronegócio.

O mais sério ainda é que não é uma questão comercial apenas, trata-se de escolha feita por quem não tem compromisso com a nação, pois coloca em risco as necessidades alimentícias do povo. É dever do Estado garantir segurança alimentar com qualidade e em quantidade suficiente para toda a população de modo permanente. O que acontece agora no Mato Grosso do Sul é um exemplo do que denuncia o presente e compromete o futuro.

Uma pergunta: um governo que vende suas Fafens, está preocupado com a soberania alimentar do povo que governa?