Petroleiros fortalecem ações solidárias no segundo dia de greve

 

Os petroleiros seguem mobilizados nesta terça-feira, 26, em várias unidades do Sistema Petrobrás, denunciando as demissões e transferências em massa de trabalhadores, sem negociação com a FUP e os sindicatos, o que fere o Acordo Coletivo de Trabalho e aumenta os riscos de acidentes.

A greve por tempo determinado prossegue até sexta, 29, sem impactos no abastecimento de combustíveis. Ou seja, não afeta a população. Mesmo assim, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) bloqueou as contas da FUP e dos sindicatos e suspendeu o repasse às entidades das mensalidades dos trabalhadores associados. Uma arbitrariedade que fere o direito constitucional de greve e a liberdade de organização sindical.

Os petroleiros, no entanto, não se intimidaram e seguem mobilizados, em diversas unidades. Nesta terça, houve atrasos e paralisações nas seguintes bases: Refinaria Landulpho Alves (Rlam/BA), Refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE), Terminal Aquaviário de Suape (PE), Refinaria de Manaus (Reman/AM), Araucária Nitrogenados (Fafen/PR), Refinaria de Paulínia (Replan/SP), Terminal de Guararema (SP). Transpetro (BA), Campos Terrestres da Bahia (Taquipe, Araças, Candeias, Bálsamo, Buracica), Sede Administrativa da Petrobrás em Salvador (Torre Pituba\EDIBA), Heliporto Farol de São Tomé, em Campos (NF), onde são feitos embarques para plataformas da Bacia de Campos.

Paralelamente à greve, os sindicatos estão realizando audiências públicas denunciando os impactos das privatizações na Petrobrás e participando de diversas ações solidárias, como o fortalecimento da campanha nacional de doação de sangue que ocorre esta semana em todo o país. Nesta terça, foi a vez dos petroleiros do Norte Fluminense, Espirito Santo e Pernambuco intensificarem a doação.

Na Refinaria Duque de Caxias (REDUC), na Baixada Fluminense, os petroleiros distribuíram cestas básicas para os trabalhadores que perderam o emprego nos últimos anos, em função das privatizações e cortes de investimentos da Petrobrás.

O número de trabalhadores próprios da empresa caiu de 86 mil, em 2013, para 63 mil, em 2018. Com os atuais planos de desligamentos que foram lançados unilateralmente pela atual gestão, sem qualquer discussão com a FUP e os sindicatos, mais 10 mil postos de trabalho devem ser extintos (levando em conta as vagas das unidades que estão sendo vendidas e fechadas e dos trabalhadores que estão se aposentando).

Somam-se a estes, os trabalhadores terceirizados das refinarias, fábricas de fertilizantes, sedes administrativas e outras unidades que estão sendo vendidas ou desativadas. Em 2013, a Petrobrás empregava cerca de 360 mil trabalhadores terceirizados. No primeiro trimestre de 2019, esse número já havia caído para 112 mil.


Leia também:

> Sobre direito de greve e os trabalhadores da Petrobrás

> Petroleiros decidem manter mobilização mesmo com nova decisão do TST


[FUP]