Petroleiros em greve: uma história a serviço do Brasil

 

Antes mesmo da fundação da Petrobrás em 1954, a categoria dos petroleiros já existia no Brasil. Trabalhavam para refinar petróleo, e buscar no subsolo a riqueza que estrangeiros e parte da elite conservadora brasileira diziam não existir no Brasil. Lutavam na gloriosa campanha “O petróleo é nosso” nas décadas de 1940 e 50.

Neste início de fevereiro de 2020, eles estão em greve. Querem evitar a demissão de milhares de trabalhadores, que o atual governo, por meio de sua diretoria na empresa, quer realizar. Também estão defendendo um patrimônio estratégico da população brasileira, assim como outras empresas estatais, criado a partir do esforço de todos nós.

A categoria petroleira denuncia que o preço da gasolina é caro, apesar de produzirmos muito petróleo e barato. Os petroleiros denunciam os altos preços do gás de cozinha, a quebra da indústria nacional do petróleo, a destruição da indústria naval por interesses contra o Brasil. Denunciam os desmontes na Petrobrás e fazem o alerta sobre a riqueza aqui produzida, que poderia ser usada para saúde, educação, empregos e direitos, mas é atacada por interesses estranhos aos desejos do povo brasileiro.

Com as reservas de petróleo no Brasil, sabem bem os petroleiros, a partir da descoberta do pré-sal pela Petrobrás no ano de 2006, temos o suficiente para mais de 100 anos de consumo nacional.

A Petrobras é líder em tecnologia, altamente produtiva, produz e refina mais de 90% do petróleo brasileiro. Os inimigos do Brasil de tudo fizeram para dizer que estava falida, quebrada.  Mentiram tanto quanto, no passado, quando diziam que no Brasil não havia petróleo.

O dinheiro produzido com o trabalho dos petroleiros, eles sabem, gera royalties, participações especiais, ICMS e tantos outros impostos que beneficiam em enormes quantidades municípios, estados, o governo federal – todo esse dinheiro pode, sim, servir ao povo brasileiro. Para termos ideia, só o governo do estado de São Paulo recebeu em royalties e participações especiais do petróleo no ano de 2019 um valor superior a 2 bi e 160 milhões de reais.  O fundo social criado em 2010 para atender a saúde e educação já tem depositado nos cofres do governo federal em torno de 50 bilhões de reais.

Que necessitamos de uma transição energética para uma sociedade com menor consumo de derivados de petróleo, para que nossa sociedade alcance um alto grau de desenvolvimento humano com a adequada sustentabilidade ambiental, também sabem bem os petroleiros.

A greve parece-nos clara: é a favor do emprego, da diminuir do preço do óleo diesel, do gás de cozinha e da gasolina para o povo que necessita; é a favor da indústria brasileira, da produção de riquezas para a saúde e educação, da produção de alimentos; a favor de uma Petrobrás pública e democrática, e das mudanças necessárias para uma transição energética justa.

É sem dúvida uma greve a favor do Brasil.

Podem os petroleiros serem derrotados por aqueles que não querem gerar empregos, aqueles que aumentaram o preço do diesel e do gás e que querem entregar as riquezas do Brasil nas mãos dos saqueadores, porém, serão os petroleiros em greve, mais uma vez, os guardiões desta extraordinária riqueza que o Brasil possui. Por razões éticas e morais, a categoria em greve neste ano será lembrada na história enquanto grupo defensor da nação. O nosso dever é defender e apoiar a justa greve dos petroleiros.

 Por Soberania, distribuição da riqueza e controle popular.

* Sobre a Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia: 
Composta por: Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Movimento Camponês Popular (MCP); Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude (LPJ, FUP – Federação Única dos Petroleiros (Sindipetro AM; Sindipetro CE/PI; Sindipetro RN; Sindipetro PE; Quimicos e Petroleiros da BA; Sindipetro MG; Sindipetro ES; Sindipetro Caxias; Sindipetro NF; Sindipetro Unificado SP;  Sindipetro PR/SC; Sindipetro RS); CNU ‐ Confederação Nacional dos Urbanitários – FNU – Federação Nacional dos Urbanitários; FRUNE ‐ Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste; FTUN – Federação dos Trabalhadores Interestadual Urbanitários do Norte; FSU ‐ Federação Regional dos Urbanitários do Sul;  Federação Regional dos Urbanitários Centro‐Oeste; Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP), Intercel, Intersul, Sindieletro-MG, STIU-DF, Sinergia CUT, SINDUR-RO, FISENGE – Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros;, Senge PR; Senge RJ.

 por POCAE – Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia