CUT: Governo da Morte atenta contra a democracia e o povo

 

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudia as manifestações neofascistas realizadas neste domingo (19), que atentaram contra as conquistas democráticas e a saúde do povo brasileiro, rompendo com o isolamento social imprescindível para a contenção da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A participação ativa do presidente Jair Bolsonaro na manifestação em frente à sede do comando geral do Exército em Brasília, viola a Constituição Brasileira, incitando manifestantes a atacarem as instituições da República, em meio a faixas que pregavam a volta da ditadura, do AI-5, o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, constitui crime de responsabilidade passível de afastamento do cargo. Além disso, mais uma vez evidencia a corresponsabilidade de Bolsonaro pelas contaminações e mortes advindas da quebra do isolamento insuflado e promovido por ele.

O pronunciamento de Bolsonaro, de caráter golpista, autoritário e subserviente aos interesses do capital internacional, num tom de clara beligerância, está longe de ser considerado fruto de sua desmedida ignorância, irresponsabilidade ou incapacidade. Ao contrário, evidencia o pensamento de quem nunca escondeu seu desprezo pela democracia e suas instituições.

O compromisso de Bolsonaro com o poder econômico e o grande empresariado está acima de tudo, até mesmo da vida da população que ele teria a obrigação de proteger.

A maior expressão do seu descompromisso com a vida do povo brasileiro, além do flagrante desrespeito às normas da OMS no combate à pandemia são as reiteradas medidas tomadas pelo governo para retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, como a MP 905, que caducou nesta segunda. Tanto esta MP como outras medidas de Bolsonaro já aprovadas têm como objetivo reduzir a renda da população em até 30% e fazer dobrar o número de desempregados no país nos próximos meses, trazendo mais e mais sofrimento para a classe trabalhadora.

A pandemia da Covid-19 se abate sobre um Brasil que já estava em crise, fruto da ampliação da desigualdade social, da dependência externa e do “estado de exceção”, como resultado da aplicação do programa dos golpistas. A pandemia agrava a crise econômica, a crise social e política e nos coloca diante da necessidade de apresentar, não apenas políticas emergenciais, mas também uma saída política: o conjunto das forças democráticas e dos setores populares deve dar uma resposta à altura e impor um fim ao governo Bolsonaro.

Cobramos das instituições agredidas uma reação à altura das violações de Bolsonaro, em especial do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. É preciso ações concretas e legais que mudem o curso da trajetória autoritária traçada pelo ocupante do Palácio do Planalto.

A defesa consequente da soberania e da democracia depende da mobilização massiva da classe trabalhadora, em toda a sua diversidade, pela defesa dos direitos – que vêm sendo ampla e sistematicamente atacados e destruídos pelo programa ultraneoliberal daqueles que colocaram Bolsonaro na Presidência da República.

A CUT reafirma o seu compromisso com a democracia, as liberdades democráticas e o estado democrático de direito, porque a classe trabalhadora é sempre a maior vítima dos regimes autoritários.

Para redobrar os esforços para dar fim ao governo Bolsonaro e barrar o golpe que está em curso, a CUT faz um chamado à unidade das centrais sindicais, de todos os movimentos sociais e populares, organizações políticas e personalidades comprometidas com a defesa da soberania, da democracia e dos direitos do povo brasileiro.

Continuaremos mobilizados e lutando para que a democracia tenha cada vez mais o papel de emponderar a classe trabalhadora, reduzir as desigualdades sociais e econômicas do nosso povo e para a tarefa histórica urgente e incontornável de derrotar esse governo antes que ele acabe com o país, intensificando unidade, organizando e mobilizando a luta pelo Fora Bolsonaro.

Fora Bolsonaro!

Fora Presidente da Morte

Executiva Nacional da CUT