Primeiro poço de petróleo do Brasil é palco de ato em comemoração aos 67 anos da Petrobrás neste sábado

Há 67 anos, a partir da mobilização popular e da campanha “O Petróleo é Nosso”, no governo de Getúlio Vargas, nascia a Petrobrás. Envolta em disputas e cobiças de países estrangeiros, desde a sua criação, em 3 de outubro de 1953, a Petrobrás vem enfrentando diversos desafios para se manter como uma empresa pública e integrada.

Mas para contar melhor a história da Petrobrás é preciso voltar à década de 1930, quando muitos esforços foram feitos para encontrar petróleo em solo brasileiro. Na época, moradores do bairro do Lobato, localizado em uma zona rural de Salvador, na Bahia, relataram a presença de um óleo preto e espesso na vegetação e diziam que a água retirada do poço, além de ser imprópria para consumo, “pegava fogo”.

Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado Conselho Nacional de Petróleo – CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163, em Lobato. No dia 21 de janeiro de 1939, finalmente, eis que surge o petróleo ocupando parte da coluna de perfuração. Apesar de ter sido considerado antieconômico, o poço foi o marco fundamental da confirmação da presença de petróleo na Bahia e no Brasil.

Depois de Lobato, foi descoberto o Candeias 1, primeiro poço de exploração comercial, localizado na cidade de Candeias, no recôncavo baiano. Este foi o pontapé inicial para a criação da Petrobrás com as atribuições de pesquisa, exploração, refino, transporte e sistema de dutos, empresa que chegou a ser, no governo Lula, a quarta maior do mundo em valor de mercado, e hoje, vem sendo desmontada e vendida pelo governo Bolsonaro. Um crime e uma afronta à soberania nacional.

A escolha do Lobato

Pela sua história e importância, a direção do Sindipetro Bahia escolheu o bairro do Lobato, em Salvador, para comemorar os 67 anos da Petrobras, com um ato simbólico na praça onde fica o monumento ao petróleo.

Para a atividade, que acontece simultaneamente, e de forma mais ampla, em vários estados do Brasil, no sábado (3), foram convidados representantes de diversos sindicatos, centrais sindicais e de movimentos sociais e da juventude. Além da categoria petroleira, parlamentares e de representações políticas do setor petróleo.

“Queremos envolver a comunidade do bairro nessa comemoração, pois precisamos urgentemente falar para a sociedade sobre a importância de defender a Petrobrás como uma empresa pública e integrada. O cidadão precisa saber que se a Petrobrás for privatizada, ele será afetado no seu dia a dia. As pessoas não têm noção disso”, afirma o Coordenador Geral do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, que quer despertar a população para uma nova campanha “O Petróleo é Nosso”.

Um bolo com a logomarca da Petrobrás e em homenagem aos trabalhadores da estatal, será levado ao ato para que todos possam cantar parabéns para essa grande empresa. Também serão distribuídos brinquedos para as crianças do bairro, além de máscaras e álcool em gel.

Defesa do patrimônio do povo brasileiro

A data do aniversário da Petrobrás foi escolhida para ser o “Dia Nacional de Luta em Defesa do Patrimônio do povo Brasileiro”. Além dos atos presenciais que acontecem pela manhã no sábado (3), em vários estados do Brasil, às 15h ocorrerá outra atividade, o “Ato Virtual pela Soberania Nacional”, que está sendo organizado por entidades como a Frente Brasil Popular, a Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia, e o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. O ato será transmitido pelas páginas do facebook e youtube do Comitê, da FUP e do Sindipetro Bahia.

O ato virtual contará com a presença dos deputados federais Marcelo Freixo (Psol-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), do ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT). Outras lideranças sindicais e políticas são esperadas.

De acordo com o Comitê “O objetivo, além de comemorar o aniversário da empresa, é destacar a necessidade de defesa da soberania nacional, das estatais, do funcionalismo público, da saúde e da educação pública e contra a reforma administrativa”.

Fonte- Sindipetro Bahia